Pistis & Praxis: Teologia e Pastoral (Sep 2011)

A encarnação como culminância da dignidade humana segundo o prólogo de João

  • Ernesto Lázaro Sienna

DOI
https://doi.org/10.7213/pp.v3i1.14327
Journal volume & issue
Vol. 3, no. 1
pp. 179 – 203

Abstract

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O foco deste artigo é o estudo da encarnação e da vida, descritas por João em seu Evangelho, no que chamamos de prólogo, que é, por assim dizer, um hino teológico à revelação do Verbo que se encarna na criação. O prólogo se traduz num hino à própria vida, onde João penetra as profundezas de Deus – as entranhas da vida absoluta por excelência – para nos colocar em contato com a preexistência do Logos. Essa afirmação da preexistência da Palavra reforça sua práxis histórica na existência humana para salvá-la (KONINGS, 2000, p. 83), ratificando seu valor e dignidade de criação deificada, reiterando, assim, a “afirmação do Gênesis: ao ver a criação realizada, ‘Deus viu que ela era muito boa’” (LÉON´DUFOUR, 1996, v. 1, p. 117). A encarnação do Verbo, que torna a presença de Deus viva e real no meio dos homens, é sinal da nova Arca da Aliança, da nova Tenda do encontro. Se, antes, Moisés ia ao encontro da Tenda no deserto, agora a nova Tenda é que se coloca no meio do povo para que todos tenham acesso ao seu interior. Ela, a Tenda, quer abrigar a todos como local de refúgio (Sl 90,1), como local de descanso e revigoramento dos espíritos abatidos (Mt 11,28-29), ela assumiu a humanidade por inteiro para poder resgatá-la e recriá-la em dignidade, ensinando-a que o corpo de cada ser humano é também uma Tenda, um Templo Santo habitado por Deus (1Cor, 6,19).

Keywords