Boletim de Pesquisa NELIC (Aug 2022)

Vivo até a morte: a experiência limite na Crônica da Casa Assassinada

  • Raoni Damiano Soares

DOI
https://doi.org/10.5007/1984-784X.2020.e82997
Journal volume & issue
Vol. 20, no. 32

Abstract

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Se, com a Crônica da Casa Assassinada, Lúcio Cardoso quer desvendar, em profundidade, a condição humana, ele o faz dramatizando a relação do ser humano com a morte e com a sexualidade. Neste artigo, proponho uma leitura do diário de André (uma das narrativas da Crônica) com o objetivo de evidenciar as implicações da morte enquanto fator responsável por ditar, não só o andamento da trama de seu relato, mas também as experiências e os sentimentos que exprimem a condição humana no que ela tem de mais essencial e definitiva. Para isso, acompanho a história de paixão e de morte entre Nina e André à luz das noções de “experiência interior” e de “erotismo”, propostas por Georges Bataille, e de “comunidade dos amantes” que, inicialmente tratada por Bataille, vai ser retomada posteriormente por Jean-Luc Nancy e Maurice Blanchot.

Keywords