Revista Brasileira de Terapia Intensiva (Jun 2006)

Consenso brasileiro de monitorização e suporte hemodinâmico - Parte V: suporte hemodinâmico Brazilian consensus of monitoring and hemodynamic support - Part V: hemodynamic support

  • Suzana Margareth Ajeje Lobo,
  • Ederlon Rezende,
  • Ciro Leite Mendes,
  • Álvaro Rea-Neto,
  • Cid Marcos David,
  • Fernando Suparregui Dias,
  • Guilherme Schettino

DOI
https://doi.org/10.1590/S0103-507X2006000200010
Journal volume & issue
Vol. 18, no. 2
pp. 161 – 176

Abstract

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JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O choque ocorre quando o sistema circulatório não consegue manter a perfusão celular adequada. Caso ele não seja revertido a lesão celular irreversível instala-se. A terapia do choque tem como prioridade inicial à rápida recuperação da pressão arterial média e do debito cardíaco, e vigorosa para manter a vida e evitar ou diminuir as disfunções orgânicas. A reposição de fluídos, freqüentemente associada a fármacos vasoativas, é necessária para garantir adequada perfusão tecidual e a manutenção da função dos diferentes órgãos e sistemas, sempre guiados por monitorização cardiovascular. As recomendações listadas visam orientar o suporte hemodinâmico necessário para manter uma adequada perfusão celular. MÉTODO: O processo de desenvolvimento de recomendações utilizou o método Delphi modificado para criar e quantificar o consenso entre os participantes. A AMIB determinou um coordenador para o Consenso, o qual escolheu seis especialistas para comporem o Comitê Consultivo. Outros 18 peritos de diferentes regiões do país foram selecionados para completar o painel de 25 especialistas, médicos e enfermeiros. Um levantamento bibliográfico na MedLine de artigos na língua inglesa foi realizado no período de 1966 a 2004. RESULTADOS: Foram apresentadas recomendações referentes a 17 questões sobre suporte hemodinâmico, com ênfase em reposição volêmica, transfusão de concentrados de hemácias, fármacos vasoativos e terapia de otimização hemodinâmica. CONCLUSÕES: A monitorização hemodinâmica per se não é capaz de reduzir a mortalidade de pacientes graves. Os possíveis benefícios serão conseqüência da correta interpretação dos dados obtidos e do uso de protocolos de tratamento que permitam obtenção de metas hemodinâmicas adequadas.BACKGROUND AND OBJECTIVES: Shock occurs when the circulatory system cannot maintain adequate cellular perfusion. If this condition is not reverted irreversible cellular injury establishes. Shock treatment has as its initial priority the fast and vigorous correction of mean arterial pressure and cardiac output to maintain life and avoid or lessen organic dysfunctions. Fluid challenge and vasoactive drugs are necessary to warrant an adequate tissue perfusion and maintenance of function of different organs and systems, always guided by cardiovascular monitorization. The recommendations built in this consensus are aimed to guide hemodynamic support needed to maintain adequate tisular perfusion. METHODS: Modified Delphi methodology was used to create and quantify the consensus between the participants. AMIB indicated a coordinator who invited more six experts in the area of monitoring and hemodynamic support to constitute the Consensus Advisory Board. Twenty five physician and two nurses selected from different regions of the country completed the expert panel, which reviewed the pertinent bibliography listed at the MEDLINE in the period from 1996 to 2004. RESULTS: Recommendations were made answering 17 questions about hemodynamic support with focus on fluid challenge, red blood cell transfusions, vasoactive drugs and perioperative hemodynamic optimization. CONCLUSIONS: Hemodynamic monitoring by itself does not reduce the mortality of critically ill patients, however, we believe that the correct interpretation of the data obtained by the hemodynamic monitoring and the use of hemodynamic support protocols based on well defined tissue perfusion goals can improve the outcome of these patients.

Keywords