Revista Direito e Justiça (Apr 2010)

Ética, biopoder e sociedades tecnocientíficas

  • Vicente de Paulo Barretto,
  • Luís Fernando Moraes de Mello

DOI
https://doi.org/10.31512/rdj.v9i13.212
Journal volume & issue
Vol. 9, no. 13
pp. 29 – 50

Abstract

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O desenvolvimento da tecnociência ofereceu ao homem a possibilidade de domínio da sua própria natureza e da natureza extra-humana. Com isso, foram criados objetos de poder que modificaram a natureza da ação humana, abrindo possibilidades insuspeitas para ainventividade humana, muitas delas ameaçando a liberdade e a vida futura da humanidade. Os conhecimentos científicos permitiram a produção detecnologias que se constituíram no epicentro da vida da sociedadetecnocientífica. Ao mesmo tempo em que trouxeram vantagens significativas para a qualidade da vida humana, a ciência e a técnica transformaram-se em vértebras da sociedade contemporânea sem maiores reflexões éticas, surgindo uma nova forma de poder, o biopoder. O homem reduziu o seu agir ao fazer técnico, que se processa sem referência aos valores e finalidades intrínsecas à pessoa.