Revista Labor (Mar 2017)

PRIVATIZAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO: IMPACTOS SOBRE O TRABALHO

  • Maria Soledad Etcheverry

Journal volume & issue
Vol. 1, no. 1
pp. 185 – 199

Abstract

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Com a privatização de grandes empresas que compunham o sistema elétrico brasileiro, ao longo da década de noventa, opera-se uma mudança radical no setor, pautada sobre uma nova concepção da energia elétrica. Passava-se de uma visão que considerava a energia como bem social, supostamente presente na ótica de um serviço estatal cooperativo, para outra, que transformava a energia em uma mercadoria, dependente das oscilações da oferta e demanda, comandada pela ótica do lucro. A partir de 2002, são introduzidas novas modificações no modelo do setor elétrico, visando equacionar o fracasso do processo de privatização que apostou na auto-regulação do setor pelo mercado e que tinha culminado na crise nacional do “Apagão” no ano anterior. Essas medidas, que a partir desse momento procuram gradativamente viabilizar um sistema misto, de base estatal e privada, recebem novo alento a partir do governo Lula, coroando um processo de transformações desde a década de noventa e gerando impactos significativos sobre o mundo do trabalho no setor.