Ciência Animal Brasileira (Sep 2009)

SINCRONIZAÇÃO DE ESTROS PARA IATF ASSOCIADA AO DESMAME TEMPORÁRIO OU ANTECIPADO EM VACAS DE CORTE

  • Reinaldo Leopoldino Souza Neto,
  • Marcelo Maronna Dias,
  • Fabrício de Azevedo Velho,
  • João Batista Souza Borges

DOI
https://doi.org/10.5216/cab.v10i3.3805
Journal volume & issue
Vol. 10, no. 3

Abstract

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O objetivo deste experimento foi avaliar a eficiência reprodutiva de vacas de corte com cria ao pé em programas de inseminação artificial (IA), utilizando práticas de desmame definitivo antecipado (DA) ou temporário (DT) e terapia de sincronização de estros para inseminação artificial a tempo fixo (IATF). Utilizaram-se 205 vacas Angus x Nelore, com condição corporal de 2,6±0,4 (escala de 1 a 5) e período pós-parto variando entre 54 e 122 dias. Após o DA, o número de 153 vacas foi dividido em três grupos de acordo com o protocolo utilizado para IA ou IATF. Submeteu-se um grupo de vacas ao controle de estros e IA por um período de trinta dias (DA-IA, n= 53), a partir de dez dias depois do DA. A sincronização de estros para a IATF foi realizada em dois grupos de vacas após o DA, diferindo apenas em relação ao momento do início dos tratamentos. No grupo DA-IATF (n= 50), o tratamento iniciou-se no dia do aparte dos terneiros, enquanto no grupo DA-IATF 10 (n= 50) os hormônios foram aplicados dez dias após o DA. A terapia hormonal consistiu da aplicação de um dispositivo intravaginal contendo 1,9 g de progesterona, por oito dias, e a aplicação de 2 mg de benzoato de estradiol, im. No momento da retirada do implante, foram aplicados 75 mcg de cloprostenol, im, e, 24 horas após, 1mg de benzoato de estradiol, im. Procedeu-se à IATF entre 52 a 56 horas após a retirada do dispositivo. O mesmo tratamento hormonal foi utilizado em vacas que tiveram os terneiros desmamados temporariamente por um período de sessenta horas (DT-IATF, n= 52), desde a retirada do implante até a IATF. O período de monta natural foi de sessenta dias para DA-IATF e DT-IATF, de cinquenta dias para DA-IATF10 e de trinta dias para o DA-IA. No início do estudo, determinou-se, em uma amostragem de 20% das vacas, a taxa de aciclia de 55%, mediante a avaliação da função ovariana por ultrassonografia. Os diâmetros dos folículos dominantes no início do tratamento hormonal e no momento da IATF das vacas submetidas à sincronização de estros para IATF (DA-IATF, n= 10; DA-IATF 10, n= 10 e DT-IATF, n= 10) foram determinados por ultrassonografia. As médias dos diâmetros foliculares não diferiram (P>0,05) no início (7,0±3,1mm; 8,1±1,9mm e 6,5±1,7mm) e no dia da IATF (9,8±1,4mm; 12,5±1,2mm e 11,8±2,8mm) para DA-IATF, DA-IATF 10 e DT-IATF, respectivamente. As taxas de prenhez na IA foram 57%, 48%, 48% e 46% e ao final do período reprodutivo, 77%, 88%, 68% e 78%, para DA-IA, DA-IATF, DA-IAF 10 e DT-IATF, respectivamente, não apresentando diferença significativa (P>0,05). De acordo com os resultados obtidos neste estudo, o DA não promoveu maior eficiência reprodutiva na comparação com o DT nos programas de sincronização de estros para IATF e o intervalo de dez dias entre o DA, e o início do tratamento hormonal não incrementou a taxa de prenhez da IATF. Palavras-chaveS: Desmame definitivo, inseminação artificial a tempo fixo, vacas de corte.

Keywords