Psicologia: Reflexão e Crítica (Jan 2002)

Estratégias de coping de crianças vítimas e não vítimas de violência doméstica Coping strategies of domestic violence victimized and non victimized children

  • Carolina Lisboa,
  • Sílvia Helena Koller,
  • Fernanda Freitas Ribas,
  • Kelly Bitencourt,
  • Letícia Oliveira,
  • Lízia Pacheco Porciuncula,
  • Renata Busnello De Marchi

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-79722002000200012
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 2
pp. 345 – 362

Abstract

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Este estudo teve como objetivo investigar as estratégias de coping adotadas por crianças vítimas e não vítimas de violência doméstica, quando inseridas no microssistema escolar. Participaram da pesquisa 87 crianças divididas em dois grupos: 49 vítimas e 38 não vítimas de violência doméstica, as quais responderam a uma entrevista estruturada nas suas escolas, que visava a identificar os problemas mais freqüentes experienciados com os professores e com os colegas e as estratégias de coping utilizadas. As crianças vítimas de violência doméstica apontaram como problema de maior freqüência as agressões verbais por parte da professora e a estratégia de coping de agredir fisicamente para lidar nos conflitos com seus pares. As crianças não vítimas citaram com maior freqüência a busca de apoio de outras pessoas como estratégia para lidar com seus problemas junto aos colegas. As meninas adotaram a inação, quando enfrentam problemas com seus professores e se incomodam mais com as agressões verbais destes. Os resultados são discutidos levando em conta o contexto ecológico e as relações hierárquicas e apontam subsídios para programas de intervenção, que promovam resiliência e adaptação sadia de criançasà escola.The present study aimed to investigate coping strategies of domestic violence victimized and non-victimized children in school's microsystem. Eighty-seven children, divided in two groups participated in this study: 49 victimized and 38 non-victimized children. They answered a structured interview to identify the most frequent conflicts faced with teachers and classmates and the coping strategies to deal with those issues. The victimized children reported higher frequency of verbal aggression from teachers, and physical aggressions as coping strategies to deal with peers. The non-victimized children seemed to look for others' support as coping strategies to deal with problems they have with their classmates. Girls did not seem to act when they faced problems with their teachers, and they felt more upset with teacher's verbal aggression. Results are discussed based on the ecological context and hierarchical relations, and give subsidies out to support intervention programs, to promote resilience and children's healthy adaptation to school.

Keywords