Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (Nov 2008)

Aumento do Risco Cardiovascular em Mulheres com Síndrome Metabólica

  • Rosimere J. Teixeira,
  • Ana Borba Leite,
  • Clarice A.S.A Farias,
  • Cíntia R. Sousa,
  • Adryana M. Yugue,
  • Aline A. Aguiar,
  • Denise Ginzbarg,
  • Maria Inez A. Padula

DOI
https://doi.org/10.5712/rbmfc3(12)359
Journal volume & issue
Vol. 3, no. 12

Abstract

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A síndrome metabólica (SM) tem se tornado uma epidemia, e isso representa um problema de saúde pública, mas seu verdadeiro papel como fator de risco cardiovascular - RCV - ainda é controverso. Nosso objetivo foi descrever o RCV em 45 mulheres com SM (n=25, 51±12anos) e sem SM (n=20, 36±13 anos). Foram avaliados: IMC ; cintura abdominal; pressão arterial sistólica e diastólica (PAS e PAD); níveis de glicose (G) e insulina de jejum; G pós-prandial (Gpp); triglicerídeos; colesterol HDL e LDL. A sensibilidade à insulina foi avaliada pelo método de Homa-IR. A SM foi definida segundo o Programa Nacional de Educação em Colesterol. O RCV foi calculado pelo escore de Framingham e classificado como baixo, médio e alto. A cintura e a PAS forammaiores na SM, mas sem diferença quando relacionadas ao IMC e à PAD. Os níveis de G, Gpp e triglicerídeos foram maiores, enquanto o HDL foi menor na SM. O número de componentes, o RCV e a proporção de casos com médios ou altos RCV foram maiores na SM. O escore de risco se correlacionou com o número de componentes da síndrome metabólica . cSM . (r=0,62), cintura (r=0,45), G (r=0,72), PAS (r=0,59) e HDL (r=-0,31), mas, na regressão múltipla, apenas com a G e a PAS (r2=0,67, p<0,007). O HOMA-IR mostrou correlação com a cintura (r=0,30, p=0,04). A cintura abdominal é um bom marcador clínico da RI. As mulheres com SM apresentam maior risco para eventos cardiovasculares. Intervenções primárias dirigidas para os componentes da síndrome podem prevenir e reduzir a incidência de eventos cardiovasculares nessas mulheres.

Keywords