Devir Educação (Jan 2024)

Taxonomias curriculares e pedagogias críticas

  • Luis Francisco Bonilla Molina

DOI
https://doi.org/10.30905/rde.v8i1.814
Journal volume & issue
Vol. 8, no. 1

Abstract

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As taxonomias construíram uma hegemonia silenciosa ao marcar a sequência, a ordem e a hierarquia da aprendizagem, padronizando o trabalho pedagógico. Este tem sido o sinal da depedagogização dos últimos cinquenta anos, uma dinâmica associada ao antigo regime de reprodução e controlo pelo biopoder. As taxonomias dos objetivos educacionais constituem um quadro ideológico que concebe a mente como uma máquina e a aprendizagem como programação. O paradoxo é que estas taxonomias constroem hegemonia no declínio do regime biopolítico e na emergência do novo regime de reprodução de dados e conteúdos que o sistema mundial capitalista implementa como resultado da aceleração da inovação científico-tecnológica e da transição para a quarta revolução industrial. Neste artigo, faremos também uma revisão dos recentes desenvolvimentos taxonômicos devido à importância que assumiram para o design de interfaces em plataformas educacionais, não apenas na indústria tecnológica, mas em protótipos financiados pelos estados nacionais. Nossa perspectiva é que essas taxonomias reprodutivas foram úteis para o sistema mundial capitalista no campo educacional durante as primeiras revoluções industriais, mas hoje constituem um problema não apenas para a educação emancipatória, mas até mesmo para o novo modelo de reprodução do capitalismo da quarta revolução industrial. Longe de desaparecer o interesse pelo tema taxonômico, há um ressurgimento das pesquisas porque os programadores de computador exigem uma rota sequencial para sua programação e interfaces. Este artigo, juntamente com outros esforços complementares de pedagogias críticas, procuram contribuir para desencadear um big bang epistêmico neste campo.

Keywords