Educação & Sociedade (Jun 2015)

A infância como solidão: mutações da experiência educacional contemporânea

  • Julio Roberto Groppa Aquino

DOI
https://doi.org/10.1590/ES0101-73302015132950
Journal volume & issue
Vol. 36, no. 131
pp. 427 – 444

Abstract

Read online

RESUMO:Tendo como objeto de análise dois filmes do diretor e roteirista japonês Hirokazu Kore-Eda - Ninguém pode saber (2004) e O que eu mais desejo (2011) -, o presente ensaio almeja um tipo particular de problematização da experiência educacional contemporânea. As discussões, amparadas na teorização foucaultiana, concentram-se na hipótese de um tipo de mutação, em operação na atualidade, dos modos de endereçamento às crianças, apontando para a irrupção da infância como experiência da solidão, e esta como efeito de um protagonismo forçoso dos mais novos em oposição complementar ora à inoperância, ora à esquiva dos mais velhos. A título de conclusão, são apresentados alguns nortes ético-políticos a presidir um modo de conviver com as crianças consubstanciado numa arte geral do encontro.

Keywords