Estudos Internacionais (Apr 2020)

Poder e autonomia das organizações internacionais: a OMPI na governança dos direitos de propriedade intelectual

  • Henrique Zeferino de Menezes,
  • Daniela de Santana Falcão

DOI
https://doi.org/10.5752/P.2317-773X.2020v8n1p7-26
Journal volume & issue
Vol. 8, no. 1

Abstract

Read online

O artigo analisa o papel da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) na estruturação do regime internacional de propriedade intelectual, destacando como suas características particulares a confeririam poder e autonomia sobre sua constituency, os países-membros. Tomando com referência a estrutura analítica sugerida por Barnett e Finnemore (1999) sobre autonomia das organizações internacionais, são analisadas as características organizacionais e os mecanismos de governança da OMPI – fundamentalmente o papel da sua Secretaria executiva, a relação com o setor privado e o seu particular mecanismo de financiamento. A leitura desses elementos e das atividades desempenhadas pela OMPI aponta claramente para um nível de poder e autonomia da organização perante os países que a compõem e um distanciamento entre suas ações e seu mandato, o que significaria um tipo de disfuncionalidade. Entretanto, a conclusão que chegamos é que, na realidade, há uma mudança na relação de dependência da OMPI e uma espécie reconfiguração da sua função internacional.

Keywords