Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

PERFIL DE DOADORES PORTADORES DE ANTICORPOS ERITROCITÁRIOS EM BANCO DE SANGUE PRIVADO DE RIBEIRÃO PRETO

  • ALG Amaral,
  • ACG Borges,
  • BMC Oliveira,
  • V Tomazini,
  • MIA Madeira

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S652 – S653

Abstract

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Introdução: De acordo com ministério da saúde, o serviço de hemoterapia deve realizar os seguintes exames imuno-hematológicos para qualificação do sangue do doador, a fim de garantir a eficácia terapêutica e a segurança da futura doação: tipagem ABO; tipagem RhD; e pesquisa de anticorpos antieritrocitários irregulares (PAI). A PAI é comumente utilizada para identificar a presença de anticorpos com significados clínicos ou não presentes no soro de doadores e receptores de transfusões sanguíneas e através da técnica indireta da antiglobulina. Se um paciente receber a transfusão de hemocomponentes com estes anticorpos, pode ser exposto, tanto à um risco de hemólise, como também interferir nos testes pré-transfusionais realizados antes de uma nova transfusão. A identificação dos doadores é importante para uma seleção de hemocomponentes seguros e orientação desses doadores para uma eventual necessidade transfusional. Objetivos: Analisar o perfil dos doadores do Banco de Sangue de Ribeirão Preto, que apresentaram resultado de PAI positivo e identificar quais os anticorpos mais frequentes no período de 2021 a 2022. Material e métodos: Em uma análise retrospectiva dos resultados de PAI positivos dos doadores sangue no período de janeiro de 2021 até dezembro de 2022, fizemos classificação de acordo com gênero, idade, identificação do anticorpo, tipagem sanguínea e histórico gestacional e transfusional. Resultados: Tivemos um total de 32.651 doadores, desses 39 apresentaram a PAI positiva, representando 0,12%, em que 41% foram do grupo O positivo, 15,4% A positivos, 15,4% O negativos, 10,25% A negativos, 7,7% B positivos, 7,7% AB positivos e 2,55% AB negativo. Visto que 71,7% eram do gênero feminino e 28,2% masculino. A faixa etária que apresentou maior frequência de resultados positivos foi de 40 a 49 anos, com 46%, seguido de 30 a 39 anos com 18%. Os anticorpos irregulares identificados foram: 23% anti-D, 23% Anti-M, 15,3% anti-E, 12,8% anti-K, 10,2% anti-c, 7,6% anti-C, 5,1% anti-JKa e 5,1% anti-DIA e outros em menores frequências. Ao analisarmos o histórico de gestacional e transfusional, verificamos que 46% relatam ter tido gestações, 20% dos doadores relatam ter recebido transfusão e 34% não relatam nenhum histórico. Discussão: De acordo com a literatura a presença de anticorpos irregulares na população em geral é de 0,3 a 2%, e o o presente trabalho identificou um resultado abaixo desse esperado. Também é conhecido que o anti-D é o anticorpo mais frequente na população, entretanto, neste estudo, o anti-M apareceu com mesma frequência do anti-D. O resultado obtido com mais de 70% dos doadores serem do sexo feminino, sugere um anti-D de origem gestacional. A presença de doadores com anti-M induz a suspeita de um provável IgM de origem natural. Conclusão: A identificação de aloimunização eritrocitária em doadores de sangue é importante ferramenta para permitir uma seleção segura de concentrados de hemácias devidamente identificados e descarte correto de plasmas e plaquetas, para manutenção de estoque adequado e redução e gastos com descartes.