Contextus (Apr 2025)

Violência no trabalho no seriado The Office na perspectiva do epistemicídio

  • Fabiana Pinto de Almeida Bizarria,
  • Leonardo Victor de Sá Pinheiro,
  • Flávia Lorenne Sampaio Barbosa,
  • Brunele Campos Silva

DOI
https://doi.org/10.36517/contextus.2025.94611
Journal volume & issue
Vol. 23

Abstract

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Contextualização: Ao analisar a violência no ambiente de trabalho e os processos de subjetivação, ressalta-se que a violência epistêmica opera como um mecanismo estrutural que deslegitima e marginaliza os saberes e perspectivas de determinados grupos, consolidando dinâmicas de exclusão e isolamento social. A partir do seriado The Office, identifica-se uma representação emblemática desse fenômeno por meio da desconexão entre o comportamento do personagem principal, Michael, e as percepções dos funcionários. Essa desconexão se traduz em práticas que geram sentimentos recorrentes de desrespeito e desvalorização, evidenciando as complexas relações de poder e hierarquia que perpetuam a violência simbólica no ambiente laboral. Objetivo: Compreender a violência no local de trabalho e os processos de subjetivação a partir da perspectiva do epistemicídio, utilizando a série ‘The Office’ como referência. Método: Realizou-se uma pesquisa qualitativa de caráter observacional, fundamentada no método de ‘microanálises estruturadas’. Esse método, ancorado em eixos temáticos e subtemas, possibilitou a construção de uma rede de significados, permitindo uma análise sistemática das dinâmicas investigadas. Resultados: Evidenciou-se a reprodução de desigualdades e injustiças no ambiente laboral, tendo os personagens demonstrado formas de resistência a essas dinâmicas ao buscar afirmar suas identidades e validar suas experiências diante da hegemonia do conhecimento dominante. Essa luta pelo reconhecimento e valorização ressalta a urgência de construir ambientes de trabalho inclusivos, que respeitem e acolham a diversidade de perspectivas, promovendo a equidade e a justiça nas relações organizacionais. Conclusões: Os resultados ressaltam as implicações sociais e teóricas da violência epistêmica no ambiente de trabalho, destacando como ela desvaloriza conhecimentos e perpetua desigualdades. O estudo contribui para a compreensão das dinâmicas de exclusão e resistência, oferecendo uma perspectiva crítica sobre o impacto das relações de poder na subjetivação dos indivíduos. Evidencia-se também o papel das organizações na construção de práticas que valorizem a diversidade de vozes e saberes.

Keywords