Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Mar 2008)
Teste ergométrico precoce após infarto do miocárdio: comparação com ecocardiograma, monitorização eletrocardiográfica e arteriografia coronariana Exercise testing early after myocardial infarction: comparison with echocardiography, electrocardiographic monitoring and coronary arteriography
Abstract
FUNDAMENTO: O teste ergométrico precoce após infarto do miocárdio, realizado antes da alta hospitalar, é útil na estratificação de risco, na prescrição de exercício e na avaliação do prognóstico e do tratamento. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi comparar os achados do teste ergométrico precoce pós-infarto aos resultados do ecocardiograma, da monitorização eletrocardiográfica pelo sistema holter (24 horas) e da cinecoronariografia. MÉTODOS: Avaliaram-se 60 casos (51,42 ± 9,34 anos), 46 do sexo masculino (77%). O teste ergométrico foi máximo sintoma limitante, realizado pelo protocolo de Naughton, entre o sexto dia de internação e a alta hospitalar, realizado em uso de medicação. Durante a internação, os pacientes foram submetidos a ecocardiograma, eletrocardiografia dinâmica e cinecoronariografia. Adotou-se o nível de significância de 0,05 (a=5%). RESULTADOS: O desempenho do teste ergométrico na detecção de doença coronária multiarterial foi reduzido (sensibilidade, 42%; especificidade, 69%). Não houve diferenças significativas quando se comparou a presença de isquemia no teste ergométrico com doença coronária de múltiplos vasos, arritmias ventriculares complexas na eletrocardiografia dinâmica e ocorrência de fração de ejeção inferior a 60% no ecocardiograma (p = 0,56), bem como com a presença de lesões multiarteriais, arritmias ventriculares complexas na eletrocardiografia dinâmica e fração de ejeção anormal no ecocardiograma (p = 0,36). CONCLUSÃO: Durante o teste, a presença de isquemia se associou à ocorrência de arritmias ventriculares na eletrocardiografia dinâmica, à redução da fração de ejeção no ecocardiograma e à presença de lesões coronárias multiarteriais, o que representou um indicador de elevado risco coronário.BACKGROUND: Predischarge exercise testing early after myocardial infarction is useful for risk stratification, exercise prescription, and assessment of prognosis and treatment. OBJECTIVE: The objective of this study was to compare the findings of exercise testing early after myocardial infarction with those of echocardiography, electrocardiographic monitoring (24-hour Holter monitoring) and coronary angiography. METHODS: We evaluated 60 cases (mean age of 51.42 ± 9.34 years), of which 46 were males (77%). The symptom-limited maximal exercise test according to the Naughton protocol12 was performed between the sixth day of hospitalization and hospital discharge, with the patients on medication. During hospitalization, the patients underwent echocardiography, electrocardiographic monitoring and coronary angiography. The significance level was set at 0.05 (a = 5%). RESULTS: Exercise testing had a poor performance in the detection of multivessel coronary artery disease (sensitivity, 42%; specificity, 69%). No significant differences were found when the presence of ischemia on exercise test was compared with multivessel coronary disease, complex ventricular arrhythmias on electrocardiographic monitoring, and the finding of an ejection fraction lower than 60% on echocardiography (p = 0.56), as well as with the presence of multivessel lesions, complex ventricular arrhythmias on electrocardiographic monitoring and abnormal ejection fraction on echocardiography (p = 0.36). CONCLUSION: The presence of ischemia during exercise testing was associated with the occurrence of ventricular arrhythmias on electrocardiographic monitoring, with reduced ejection fraction on echocardiography, as well as with the presence of multivessel coronary lesions, which constitutes an indicator of a high coronary risk.
Keywords