Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Jan 1999)

Cirurgia de revascularização do miocárdio com enxertos compostos

  • PANIÁGUA Pedro R.,
  • REZENDE Maria C.,
  • CARRANZA Ricardo B.,
  • GOMES Cândido R. M.,
  • SABATOVICZ Jr. Nestor,
  • MARQUES Dilma L. L.,
  • FRANCESCHINI Itacir A.,
  • LIMA André Esteves

Journal volume & issue
Vol. 14, no. 1
pp. 14 – 18

Abstract

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Existem evidências das vantagens e influência na sobrevida dos pacientes revascularizados com a artéria torácica interna (ATI). Entretanto, outros enxertos foram introduzidos. O objetivo do presente estudo é mostrar as vantagens da revascularização completa do miocárdio com enxertos arteriais compostos e análise dos resultados a curto e médio prazos. Entre junho de 1992 e dezembro de 1997, 50 pacientes foram submetidos à cirurgia de revascularização completa do miocárdio com enxertos arteriais compostos. A idade variou de 41 a 88 anos, com média de 56 anos. Todos os pacientes foram avaliados segundo o protocolo de exames clínicos, ECG, raios X de tórax, ecocardiograma e cateterismo cardíaco. Apresentaram fatores de risco para doença arterial coronária: HAS em 28% diabete melito em 26%, tabagismo em 38% e dislipidemia em 50%. Neste grupo 44% tinham IAM prévio e 20% angina instável. Todos foram classificados segundo o grau de angina da Canadian Cardiology Society (CCS) e classe funcional segundo a New York Heart Association (NYHA). As lesões coronárias eram triarteriais em 46%, biarteriais em 38%, uniarteriais em 16% e lesão de tronco de coronária esquerda em 16%. Em 80% dos pacientes foi utilizada a circulação extracorpórea (CEC), hipotermia moderada e proteção intermitente do miocárdio. Em média foram 2,9 pontes por paciente. Em todos os casos a ATI foi utilizada com prolongamento de veia safena, em 6% veia safena em "Y", em 24% artéria radial em "Y" em 40%, e em 80% dos casos com "Y" da própria ATI. O acompanhamento pós-operatório incluiu exame clínico, prova de esforço e/ou cintilografia miocárdica. Em 14% foi realizada a coronariografia. As complicações mais freqüentes no pós-operatório foram atelectasia pulmonar em 16%, mediastinite em 4%, IAM transoperatório em 4%, SARA 4%, AVCI 2%, sendo a morbidade maior no grupo de pacientes do sexo feminino e com diabete melito. A mortalidade hospitalar foi de 2%. Apenas um paciente apresenta quadro de angina grau II da CCS. Podemos concluir com este estudo que a cirurgia de revascularização do miocárdio com o uso de enxertos compostos pode ser realizada com baixa mortalidade, permite maior número de anastomoses e proporciona excelente evolução pós-operatória a curto e médio prazos.

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