Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)
IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA SEGURANÇA DO PACIENTE NA ASSISTÊNCIA TRANSFUSIONAL VISANDO DIMINUIR EVENTOS ADVERSOS
Abstract
Introdução: A prática transfusional permanece sendo uma terapia insubstituível para pacientes em tratamento de múltiplas doenças. A transfusão de sangue não é isenta de riscos, sendo relevante a atuação do profissional enfermeiro. Os eventos adversos são um desafio para área da saúde em todo mundo. A prática segura está em constante evolução, sendo essencial a capacitação dos profissionais de saúde, com ênfase na atuação na transfusão e tratativa de eventos adversos. Na assistência hemoterápica, o enfermeiro é essencial na segurança do paciente, desde a doação de sangue até a transfusão, gerenciando os processos e promovendo assistência de qualidade, objetivando a segurança do paciente e a prevenção de eventos adversos. Objetivo: Identificar a importância da atuação do enfermeiro no processo transfusional, visando a segurança do paciente para evitar eventos adversos. Materiais e métodos: Pesquisa bibliográfica descritivas, realizada eletronicamente nos canais: BVS (Biblioteca Virtual da Saúde), como: Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Electronic Library Online), realizada com 25 estudos. O critério de escolha envolveu publicações que atenderam a temática do estudo, publicadas entre 2013 e 2023, sendo incluída apenas uma publicação de extrema importância de 2005. Resultados/discussão: A assistência hemoterápica é norteada pela Resolução Cofen 0709/22, sendo considerado essencial o cuidado transfusional para prevenção de eventos adversos e identificação preventiva de reações adversas, visto que profissionais da enfermagem estão envolvidos com a assistência próxima ao paciente antes, durante e após a transfusão. No entanto, esse processo permeia uma série de discussões relevantes, principalmente nos debates relacionados à falta de conhecimento dos enfermeiros, bem como à escassez de capacitação e treinamentos, contribuindo para o processo transfusional inseguro e para a atuação do enfermeiro propensa a riscos. Segundo Mattia, 2016 e Junior, 2022, as ações de segurança do paciente no âmbito do processo transfusional são desafiadoras, principalmente pela correlação direta entre sistema de Gestão da Qualidade e cultura de segurança. Conforme os resultados do último boletim de hemovigilância de 2022, a maior incidência de eventos são de responsabilidade da equipe de enfermagem, principalmente a falha na identificação do paciente (70%). Resultado este concordante com o estudo de Silva (2021). Estudo realizado dos eventos adversos no Brasil, demonstra que a falha na identificação do paciente é a 5ºcausa de eventos adversos entre os anos de 2014 a 2019. Os altos índices de falhas podem ser influenciados pela defasagem da capacitação profissional, concordantes com os estudos de Pereira (2016), realizado com 32 profissionais dos quais 72% não haviam passado por treinamento e de Silva (2021) com 31 profissionais dos quais 91,70% não passaram pelo processo de capacitação. Conclusão: As evidências científicas colaboram para o entendimento e reforço da relevância do enfermeiro na atuação transfusional. Porém, a atuação dos profissionais reflete o cenário de risco para os pacientes, podendo ocasionar eventos adversos, devido aos altos índices de não capacitação profissional.