Revista Espaço Acadêmico (Nov 2010)
A Utopia como consciência subversiva
Abstract
A realidade ainda-não-veio-a-ser, diz Ernst Bloch. Ela é mediação entre presente, passado pendente e futuro possível: ela é hiato, inacabada, em devenir inconcluso. Na trilha do ainda-não, o pensamento utópico explora esse hiato de angustia, temor, esperança e sonhos que dão sentidos e significados àquilo que, irrompendo, ainda não é efetivo, mas que, possibilidade, acossa o instante vivido. A Utopia é, portanto, o modo de "estar-no-mundo" da consciência inconformada, e que tende muitas vezes a sentir-se como um estrangeiro, ou ao sabor de Quintana, como que se a alma pertencesse a um outro mundo.