Revista Brasileira de Inovação (Jan 2005)
Paradigmas Tecnológicos e Teorias Econômicas da Firma
Abstract
Este artigo analisa a evolução das teorias da firma à luz das mudanças tecnológicas ocorridas em três paradigmas: (i) a Revolução Industrial britânica, que dominou a economia mundial durante todo o século XIX e foi a base de observaçãopara a elaboração da teoria neoclássica; (ii) o paradigma Fordista, que efetivamente deu origem à economia industrial; e (iii) o paradigma das Tecnologias da Informação, cuja construção teórica está baseada, principalmente nas correntes evolucionistas e neo-institucionalistas. A análise da evolução das teorias da firma e sua relação com paradigmas organizacionais distintos mostra que não existe um corpo teórico único e coerente, pois as teorias estão condicionadas por diferentes filiações metodológico-teóricas, enfocam aspectos distintos (produção ou transação) e baseiam-se em contextos institucionais, históricos e setoriais diversos. Conclui que o processo de mudanças tecnológicas e institucionais exige que a teoria evolua continuamente, adotando aportes interdisciplinares e recorrendo mais sistematicamente a pesquisa empírica.The structure of the world industry is constantly affected by technological innovations and by an institutional dynamics which destroy and create firms and markets. Historically, the increasing speed of these changes has demanded a continuous reformulation of the economic theories dealing with the firm. This article examines such theories under the analytical framework of technological change in three paradigms: (i) the British industrial revolution which dominated the world economy during the XIX century and was a starting point to the development of the neoclassical microeconomic theory; (ii) the fordist paradigm which gave rise to the industrial economics; and (iii) the information technology paradigm, in which theories are still under development, based mainly on evolutionist and neo-institutionalist frameworks. The analysis of the evolution of the theory of the firm and its relationships with different organizational paradigms shows that theories are based by different methodological affiliations, focus on different aspects (production or transactions) and are based on a diversity of institutional, sectorial and historical contexts.