Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

MAPEAMENTO DO PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO E DE SUSCEPTIBILIDADE A TRIAZÓLICOS DE ISOLADOS CLÍNICOS DE C. AURIS DO PERNAMBUCO

  • Amanda Gabriela da Silva,
  • Henrique Arruda de Almeida,
  • Mariana Veríssimo de Souza,
  • Carla Victoria Rodrigues de Moura,
  • Camylla Carvalho de Melo,
  • Bruna Rodrigues de Sousa,
  • Maria Elenilda Paulino da Silva,
  • Wendell Wons Neves,
  • Caroline Louise Diniz Pereira,
  • Thaysa Carolina Gonçalves Silva,
  • Arthur Felipe Cavalcanti de Matos,
  • Reginaldo Gonçalves de Lima Neto,
  • Cláudia Elise Ferraz Silva

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103396

Abstract

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Introdução e Objetivos: Candida auris é uma levedura emergente relatada pela primeira vez no Japão em 2009, causando otomicose. Desde então, tem sido descrita como colonizadora e agente causador de infecções invasivas. Comumente tem sido associada a surtos hospitalares e tem sido relatada como um problema de saúde pública devido à alta mortalidade associada a infecções da corrente sanguínea e resistência a antifúngica. Assim, o objetivo do estudo foi mapear o perfil clínico-epidemiológico da colonização e/ou infecção por C. auris em um hospital terciário da cidade do Recife, Pernambuco e determinar o perfil de susceptibilidade dos isolados clínicos frente a fluconazol e voriconazol. Metodologia: A pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Pernambuco, e está sob protocolo CAAE: 00480818.0.0000.5208. Os dados clínico-epidemiológicos foram coletados diretamente dos prontuários. A determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) seguiu a técnica de microdiluição em caldo estabelecida pelo protocolo M27-A4 do Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI, 2017). Resultados: De dezembro de 2021 a setembro de 2022, 54 isolados clínicos de C. auris foram obtidos de 47 pacientes críticos. O gênero masculino foi o mais acometido (81%; n=38/47), com uma idade média geral de 47 anos. O tempo de permanência médio no hospital foi de 46 dias, contudo, tal dado se aplica a apenas 64% (n=30/47) dos pacientes, devido aos dados de evolução incompletos nos prontuários. Não foram encontradas diferenças entre os desfechos clínicos – alta e óbito foram relatados em 40% (n=19/47) dos casos cada. Em relação ao sítio de coleta de isolamento fúngico, houve uma maior frequência de isolamento a partir da região axilar/inguinal (85%; n=46/54). Seis isolados (11%) foram recuperados de amostras de urina e quatro cepas (7%) foram obtidas a partir do sangue de um paciente. Todos os isolados clínicos foram considerados selvagens frente aos triazólicos testados. Para fluconazol, as CIMs variaram de 0,12 a 2 μg/mL; já para o voriconazol, as CIMs variaram de 0,03 a 0,5 μg/mL. Conclusão: Este estudo relatou uma alta sensibilidade das cepas de C. auris de Pernambuco para triazólicos, o que pode contribuir com as políticas públicas de saúde juntamente com o mapeamento epidemiológico desta levedura.

Keywords