Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Aug 2010)

Inércia clínica e controle da hipertensão arterial nas unidades de atenção primária à saúde Therapeutic inertia and control of high blood pressure in primary health care units

  • Clóvis Hoepfner,
  • Selma Cristina Franco

Journal volume & issue
Vol. 95, no. 2
pp. 223 – 229

Abstract

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FUNDAMENTO: A importância do manejo adequado e do controle da hipertensão arterial (HA). OBJETIVO: Estimar a prevalência do controle da hipertensão arterial e da inércia terapêutica em adultos atendidos nas unidades básicas da saúde (UBS) do município de Joinville e dos fatores associados. MÉTODOS: Estudo transversal, com amostragem por conglomerados, mediante pesquisa em prontuários, em que foram avaliados 415 portadores de HA. Foram avaliados a pressão arterial (PA), os incrementos terapêuticos, os fatores de risco e as comorbidades associadas. RESULTADOS: Houve predomínio do sexo feminino e de consultas de enfermagem. A idade variou entre 28 e 90 anos (média de 61,5 anos). Observou-se redução das médias da PA (155,8 ± 20,8/95,7 ±10,6 mmHg para 140,3 ± 22/84,1 ± 12,4 mmHg) entre o primeiro e o último registro e a PA final normal em 36,6% dos pacientes, semelhante para homens e mulheres. Nos últimos 12 meses, a PA esteve elevada em 1.295 ocasiões, ocorrendo incremento terapêutico em apenas 156 (12,0%). Foram usados 1,85 fármacos por paciente, predominando diuréticos e IECA. Encontrou-se elevada prevalência de obesidade (40%), diabete (41%), LDL elevado (46%) e de hipertrofia ventricular esquerda (25,5%). CONCLUSÃO: A elevada inércia clínica, o baixo controle da HA e a elevada presença de comorbidades sugerem a necessidade de programas de educação permanente para os profissionais da saúde e de outras medidas para melhorar o controle da doença nas UBS.BACKGROUND: The importance of adequate management and control of high blood pressure (HBP). OBJECTIVE: To estimate the prevalence of hypertension control and therapeutic inertia among adults treated at primary health care units (PHCU) in the city of Joinville, as well as the associated factors. METHODS: A cross-sectional study, which included cluster sampling and analysis of medical records, with the evaluation of 415 patients with high blood pressure. We evaluated the blood pressure (BP), increments of therapy, risk factors and comorbidities. RESULTS: There was prevalence of females and nursing appointments. The age ranged between 28 and 90 years (mean of 61.5 years). There was a reduction in the mean BP (155.8 ± 20.8/95.7 ± 10.6 mmHg to 140.3 ± 22/84.1 ± 12.4 mmHg) between the first and last record and the final normal BP in 36.6% of patients, with similar results for men and women. Over the past 12 months, the BP was high on 1,295 occasions, and there was a therapeutic increment on only 156 occasions (12.0%). 1.85 drugs were used per patient, mainly diuretics and ACE inhibitors. There was high prevalence of obesity (40%), diabetes (41%), high LDL (46%) and left ventricular hypertrophy (25.5%). CONCLUSION: The high therapeutic inertia, low control of high blood pressure and the large number of comorbidities suggest the need for continuing education programs for health professionals and other measures to improve the disease control in primary health care units.

Keywords