Outra Travessia (May 2023)

Construções temporais na conquista do Brasil por meio da tradução

  • Romana Radlwimmer,
  • Claudia Regina Peterlini,
  • Monique Cunha de Araújo

DOI
https://doi.org/10.5007/2176-8552.2022.e86961
Journal volume & issue
Vol. 1, no. 33

Abstract

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Nas crônicas das Ìndias e cartas jesuíticas do séc. XVI, a temporalidade em relação à tradução se realiza tanto como sobrevivência orgânica e textual quanto como uma política de aceleração. A partir de 1500, a tradução oral da conquista portuguesa depende de figuras pontuais, mas que, depois de 1550, vai aos poucos dando lugar a uma sistematização da tradução feita pelos jesuítas. Em seus colégios, os jesuítas formam agentes bilíngues, os meninos língua, e ao final do séc. XVI produzem as primeiras listas de vocábulos e gramáticas, que rapidamente se difundem. Crônicas e cartas traduzidas, que inserem “outros” sistemas de conhecimento nas terminologias europeias, são “duplamente” translacionais e ampliam ainda mais a temporalidade do processo de tradução colonial. Do momento em que uma crônica é publicada pela primeira vez até quando aparecem suas traduções podem transcorrer meses, décadas ou séculos. Este trabalho considera a temporalidade a partir de uma perspectiva fenomenológica e no contexto do colonialismo, e reconstrói as diferentes camadas de significados que ela cria em relação à conquista traduzida do Brasil.

Keywords