Biota Amazônia (Jul 2013)

MORFOLOGIA COMPARATIVA DO TRATO DIGESTÓRIO DOS PEIXES <i>Hoplias malabaricus</i> E <i>Hypostomus pusarum</i> DO AÇUDE MARECHAL DUTRA, RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL.

  • Emilly Kataline Rodrigues Pessoa,
  • Naisandra Bezerra da Silva,
  • Naithirithi T. Chellappa,
  • Arrilton Araújo de Souza,
  • Sathyabama Chellappa

DOI
https://doi.org/10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v3n1p48-57
Journal volume & issue
Vol. 3, no. 1
pp. 48 – 57

Abstract

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A traíra, Hoplias malabaricus e o cascudo, Hypostomus pusarum são espécies de peixes que apresentam importância ecológica e econômica nos ecossistemas aquáticos neotropicais. O presente trabalho comparou os aspectos morfológicos do trato digestório de H. malabaricus e H. pusarum, relacionando-os com seu hábito alimentar. No período de julho de 2011 a junho de 2012, foram capturados 45 espécimes de H. malabaricus e 33 de H. pusarum, utilizando-se rede de espera e tarrafa no açude Marechal Dutra, Acari, RN. Foram obtidos de cada exemplar o comprimento total e peso do corpo. A posição da boca, presença e tipo dos dentes, número de rastros branquiais, esôfago, forma do estômago e presença de cecos pilóricos foram observados para a descrição morfológica. O comprimento intestinal foi verificado e o conteúdo estomacal foi identificado até o nível taxonômico mais inferior possível. A boca e os dentes de H. malabaricus são adaptados para agarrar e ingerir grandes presas inteiras, enquanto de H. pusarum são adaptados para raspagem. O primeiro o arco branquial de H. malabaricus possui em média sete rastros branquiais afastados entre si, curtos e pontiagudos, mas H. pusarum não apresenta rastros brânquias. A disposição dos órgãos digestórios em ambas as espécies está diretamente relacionada com a forma da cavidade peritoneal e o formato do corpo. H. malabaricus apresenta um intestino curto, porém H. pusarum mostra um intestino muito longo. H. malabaricus alimentou-se de material animal, preferencialmente de peixes (72,8%) e camarões (27,2%), enquanto a dieta de H. pusarum foi baseada em material orgânico em decomposição (88,7%) e microalgas (11,3%). A morfologia do trato digestório e o conteúdo estomacal de H. malabaricus indica hábito alimentar carnívoro, e de H. pusarum confirma seu hábito alimentar detritívoro/herbívoro. Palavras-chave: aspectos morfológicos, trato digestório, dieta, Hoplias malabaricus, Hypostomus pusarum. DOI: http://dx.doi.org/10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v3n1p48-57