Cadernos de Tradução (Dec 2023)
As correspondências e não correspondências entre a língua e cultura chinesa e lusófona: análise de termos da botânica
Abstract
Apesar de pertencerem a duas famílias linguísticas totalmente distintas, encontra-se sempre uma traduzibilidade entre a língua chinesa e portuguesa. O primeiro dicionário Português-Chinês de Matteo Ricci e Michele Ruggieri do século XVII é a evidência mais persuasiva desse fato. Por um lado, não há carência de obras-primas de tradução nos dias de hoje e, por outro lado, o intercâmbio cultural intensifica-se a ritmo acelerado à medida que o processo de globalização se aprofunda. Torna-se premente prestar atenção à existência de diferenças existentes nas duas culturas diferentes e às não correspondências na sua tradução. O conhecimento parcial em relação a outra cultura pode originar uma tradução imprecisa e resultar em equívoco a respeito de outros conceitos associados em sequência. É indubitável que as diferenças de espécies biológicas e culturais são as que mais causam o fenômeno da não correspondência. Todavia, a procura de conceitos similares na cultura da língua de chegada é igualmente uma estratégia frequentemente utilizada, facilitando tanto o trabalho de tradutor, quanto a compreensão do público-alvo. Porém, a facilitação da tradução pode trazer mal-entendidos. No entanto, a não correspondência relativamente a hiperónimos e hipónimos entre as duas culturas dificulta, de certo modo, a tradução de alguns conceitos. O presente trabalho pretende exemplificar algumas das questões de não correspondências entre as duas línguas, com o objetivo de contribuir para a melhor compreensão entre a língua chinesa e portuguesa.
Keywords