Trans/Form/Ação (Jan 2006)
Feuerbach e Espinosa: deus e natureza, dualismo ou unidade? Feuerbach and Spinoza: god and nature, dualism ou unity?
Abstract
O presente artigo evidencia, por um lado, o mérito da filosofia de Espinosa, pelo fato de haver submetido a oposição das partes e do todo, do corpo e da alma, da matéria e do espírito, à unidade da substância, já que toda parte singular da substância pertence à sua natureza. Por outro lado, destaca a crítica de Feuerbach a Espinosa, porque a filosofia deste é, na verdade, uma filosofia da identidade, que não reconhece, como Hegel também assinala, a substância como espírito e o espírito como substância, e não determina suficientemente a unidade da matéria e do espírito, já que falta a ela a realidade da diferença, da determinidade. Enquanto Espinosa identifica Deus com a natureza (Deus sive natura) e, mediante a natureza divina (a substância), supera a contradição de Descartes entre matéria (res extensa) e espírito (res cogitans), Feuerbach quer, em oposição ao panteísmo, a diferença entre natureza e Deus (aut Deus aut natura).This article on the one hand offers evidence of Spinoza's philosophical merit due to the fact that he propounded the opposition of substance of parts and whole, body and soul, matter and spirit, to unity of substance, since every single part of substance belongs to nature. And on the other hand it presents Feuerbach's critique of Spinoza since Spinoza's philosophy is in fact an identity philosophy which does not recognize, as Hegel also points out, the substance of spirit and the spirit as substance, and does not clearly determinate the unity of matter and spirit because it lacks the truly aspect of difference, determinacy. While Spinoza identifies God with nature (Deus sive natura) and by means of divine nature (substance) overcomes Descartes' contradiction between matter (res extensa) and spirit (res cogitans), Feuerbach wants, in opposition to pantheism, determine the difference between nature and God (aut Deus aut natura).
Keywords