Veritas (Jan 2019)

A subdeterminação semântica da metáfora = The semantic underdetermination of metaphor = La subdeterminación semántica de la metáfora

  • Schiochett, Daniel

Journal volume & issue
Vol. 64, no. 3
p. ID34859

Abstract

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Este trabalho pretende sustentar que o melhor conceito para tratar da relação entre metáfora e linguagem é o da subdeterminação semântica. Entretanto, o modo mais comum de tratar o fenômeno das metáforas relega à pragmática (e não à semântica, como era de se esperar) a função de explicar como o significado metafórico de uma frase é um acarretamento gerado pelo contexto. Segundo esse quadro, metáforas seriam indeterminadas semanticamente pois acarretamentos pragmáticos são virtualmente infinitos e não precisam remeter à proposição semanticamente expressa. Argumentamos, entretanto, que as melhores alternativas para o tratamento da questão nascem do debate entre o contextualismo e o minimalismo semânticos. Metáforas seriam casos de flexibilidade semântica também presentes em outros fenômenos linguísticos. Para o minimalismo, metáforas podem ser tratadas através da introdução de um operador lexical que garantiria a flexibilidade contextual necessária a termos semânticos contextualmente dependentes. Para o contextualismo, metáforas acontecem quando termos em uma frase funcionam como conceitos ad hoc e são passíveis de enriquecimentos pragmáticos. Apesar de não chegarem a uma solução única, o debate entre minimalismo e contextualismo oferece explicações do fenômeno que corroboram a hipótese da subdeterminação semântica defendida neste trabalho

Keywords