Classica, Revista Brasileira de Estudos Clássicos (Jul 2008)

Horácio, Odes I,33 e a recepção da poesia amorosa

  • Paulo Sérgio de Vasconcellos

DOI
https://doi.org/10.14195/2176-6436_21-1_8
Journal volume & issue
Vol. 21, no. 1
pp. 112 – 125

Abstract

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Este artigo estuda um aspecto da ode I,33 de Horácio: a recepção da poesia elegíaca romana em chave biografista. Horácio apresenta como biográfico o que o poeta elegíaco Álbio (não importa aqui se se trata de Tibulo, como geralmente se crê) cantou em seus versos, celebrando uma puella de nome Glycera. Este poema é um exemplo, dentre muitos, de testemunhos de uma indistinção entre autor empírico e persona poética, que se costuma associar a uma leitura de tipo romântico, mas que, na verdade, é comum na recepção da poesia subjetiva na Antiguidade. Não queremos dizer, evidentemente, que Horácio lê ingenuamente os versos de outro poeta, mas que se refere a eles sem distinguir, no gênero elegíaco, autor empírico e persona poética, como é comum nos diálogos metapoéticos da poesia latina, um capítulo da recepção da poesia em primeira pessoa que merece a atenção dos estudiosos.

Keywords