Revista Portuguesa de Cardiologia (May 2022)

Palliative care in heart failure

  • Isabel O. Cruz,
  • Céu Rocha,
  • Hugo M. Oliveira

Journal volume & issue
Vol. 41, no. 5
pp. 409 – 413

Abstract

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Introduction: Heart failure is a prevalent clinical syndrome with high morbidity and mortality rates. Palliative care has an important role in symptomatic control. This study was designed to characterize the population referred to a palliative care unit and to identify those who benefit from early and regular intervention. Aims: To characterize heart failure patients referred to a Palliative Care Team and identify those who would benefit from a regular intervention. Methods: We performed a retrospective analysis of all the heart failure patients referred to our palliative care team between January 2015 and December 2017. Results: A total of 54 patients were included with a mean age of 80 years. The mean score on the Palliative Performance Scale was 57. The median duration of disease was 46 months, 61.1% of patients were in NYHA class III, 57.4% had ejection fraction >40%, and 51.9% had ischemic cardiomyopathy. Most patients (94.4%) were referred during hospitalization; 60.8% were discharged, half with home-based assistance. Mortality one month after referral was 53.7%, and 83.3% after six months. We found no variables predictive of mortality within a month of referral. Conclusions: This study contributes to the characterization of the heart failure population referred to palliative care. No clinical sign was predictive of one-month mortality, but the high mortality rate shows that patients are referred in advanced stages of the disease or frailty. Resumo: Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica prevalente e responsável por elevada morbimortalidade. Os cuidados paliativos têm um papel importante no controlo sintomático destes doentes. Objetivo: Caracterização dos doentes com IC referenciados a uma equipa de Cuidados Paliativos e identificação daqueles que beneficiam de uma intervenção mais precoce e regular. Métodos: Realizada uma análise retrospetiva de todos os doentes referenciados à equipa de cuidados paliativos entre janeiro de 2015 e dezembro de 2017. Resultados: Foram incluídos 54 doentes, com idade média de 80 anos. A palliative performance scale média era de 57. A IC tinha uma mediana de 46 meses de evolução, com uma classe funcional de NYHA de III em 61,1% dos doentes e fração de ejeção do ventrículo esquerdo >40% em 57,4%. A cardiopatia isquémica era a etiologia em 51,9% dos casos. A maioria dos doentes (94,4%) foi referenciada a partir do internamento. Desses, foi possível a alta hospitalar em 60,8% dos casos, tendo metade mantido acompanhamento domiciliário e os restantes, seguimento em consulta externa. A mortalidade a 30 dias foi de 53,7% e aos seis meses de 83,3%. Nenhuma variável mostrou relação estatisticamente significativa com a mortalidade no primeiro mês. Conclusões: Este trabalho contribuiu para a caracterização dos doentes com insuficiência cardíaca referenciados a uma equipa de cuidados paliativos. Não foram documentados sinais clínicos preditores de mortalidade no primeiro mês após referenciação à equipa. A elevada mortalidade no primeiro mês sugere que os doentes são referenciados em fases da doença avançadas ou de elevada fragilidade.

Keywords