Cadernos de Saúde Pública (Jan 2014)

Insegurança alimentar no Nordeste e Sul do Brasil: magnitude, fatores associados e padrões de renda per capita para redução das iniquidades

  • Luiz Augusto Facchini,
  • Bruno Pereira Nunes,
  • Janaina Vieira dos Santos Motta,
  • Elaine Tomasi,
  • Suele Manjourany Silva,
  • Elaine Thume,
  • Denise Silva da Silveira,
  • Fernando Vinholes Siqueira,
  • Aliteia Santiago Dilelio,
  • Mirelle de Oliveira Saes,
  • Vanessa Iribarrem Avena Miranda,
  • Pamela Moraes Volz,
  • Alessander Osorio,
  • Anaclaudia Gastal Fassa

DOI
https://doi.org/10.1590/0102-311X00036013
Journal volume & issue
Vol. 30, no. 1
pp. 161 – 174

Abstract

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O artigo analisa a insegurança alimentar em domicílios urbanos com crianças menores de sete anos de idade. Por meio de estudo transversal localizou-se, nas áreas de abrangência de unidades básicas de saúde, 5.419 domicílios na Região Nordeste e 5.081 na Região Sul do Brasil. A insegurança alimentar foi avaliada usando-se a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. A prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave foi 22,9% no Nordeste e 7,5% no Sul. Em ambas as regiões, na análise ajustada, a maior probabilidade de insegurança alimentar moderada e grave foi identificada em domicílios chefiados por mulheres, com cor da pele materna preta e parda/mestiça, com menor escolaridade materna, menor renda familiar per capita e beneficiários do Bolsa Família. A insegurança alimentar moderada ou grave seria reduzida em 59,5% no Nordeste e em 45,4% no Sul, com uma renda familiar per capita mínima de R$ 175,00 ao mês. O aumento da renda familiar dos mais pobres e a melhor focalização do Bolsa Família são essenciais para a diminuição da insegurança alimentar no país.

Keywords