Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS NO MANEJO DE COMPLICAÇÕES EM PACIENTES PÓS-TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA
Abstract
Objetivo: O Transplante de Medula Óssea (TMO) é uma alternativa de tratamento para algumas doenças hematológicas que não respondem ao tratamento padrão. No entanto, pode causar complicações, como fraqueza muscular, fadiga, descondicionamento cardiovascular e pneumonia infecciosa, afetando a qualidade de vida dos pacientes. As intervenções fisioterapêuticas são essenciais para gerenciar essas complicações, ajudando na recuperação e na manutenção da funcionalidade dos pacientes. Nesse sentido, este estudo tem como objetivo investigar a eficácia das intervenções fisioterapêuticas no manejo de complicações em pacientes pós-TMO. Material e métodos: Foi realizada uma revisão sistemática usando o método PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses), com buscas nas bases de dados PubMed e Scielo. Os critérios de inclusão foram artigos dos últimos 5 anos, em inglês, espanhol ou português, que abordassem intervenções fisioterapêuticas em pacientes submetidos ao TMO focando nas complições. Foram excluídos estudos de casos isolados e artigos de revisão sem dados quantitativos. A busca inicial encontrou 86 artigos, usando combinações de palavras-chave relacionadas “fisioterapia”, “transplante de medula óssea”, “complicações”, “exercício físico”, “fisioterapia respiratória”, e “reabilitação funcional”. Após remover duplicatas, 35 artigos foram triados por títulos e resumos, resultando em 22 artigos para avaliação completa. 12 artigos foram incluídos na análise final, abordando intervenções como exercícios físicos (aeróbicos e de resistência), fisioterapia respiratória e reabilitação funcional em pacientes pós-TMO. Resultados: A análise dos 12 estudos demonstrou que as intervenções fisioterapêuticas tiveram resultados positivos significativos no manejo de complicações em pacientes pós-TMO. A inclusão de exercícios aeróbicos e de resistência melhoraram a capacidade cardiorrespiratória dos pacientes, e a Escala de Fadiga de Piper indicou aumento na disposição física e mental. Os artigos selecionados evidenciaram que a fisioterapia respiratória reduziu a incidência de complicações pulmonares. Programas de reabilitação funcional, que incluíam exercícios de alongamento, mobilizações articulares e treinos de equilíbrio, melhoraram a mobilidade e independência dos pacientes. Discussão: Os resultados indicam que intervenções fisioterapêuticas são cruciais no manejo de complicações pós-TMO, proporcionando melhorias significativas na recuperação física e funcional dos pacientes, além de aumentar a qualidade de vida e o bem-estar geral. A reabilitação funcional é indispensável para restaurar a independência nas atividades diárias, promovendo segurança e autonomia. Intervenções de fisioterapia respiratória são essenciais para melhorar a função pulmonar e prevenir infecções respiratórias em pacientes com complicações pulmonares. Além disso, ficou evidente que atividades aeróbicas e de resistência são eficazes na manutenção da massa muscular e na capacidade cardiorrespiratória. Conclusão: Intervenções fisioterapêuticas, como exercícios supervisionados, fisioterapia respiratória e reabilitação funcional, melhoram a qualidade de vida, bem-estar dos pacientes e são essenciais para a reabilitação de pacientes pós-TMO. A integração dessas intervenções em planos de cuidado multidisciplinar é recomendada para alcançar melhores resultados clínicos e funcionais.