Revista Brasileira de Zootecnia (Sep 2010)
Dietas com nitrogênio não-proteico para fêmeas bovinas superovuladas sem prévia adaptação durante curto tempo e em diferentes fases do ciclo estral Effect of short term non-protein nitrogen feeding for superovulated beef cows without previous adaptation and at different periods of the oestrus cycle
Abstract
Objetivou-se neste estudo avaliar o efeito do fornecimento, sem prévia adaptação, durante curto tempo e em diferentes fases do ciclo estral, de dietas contendo nitrogênio não-proteico (NNP) na produção, na qualidade e no grau de desenvolvimento de embriões recuperados em fêmeas bovinas superovuladas. Sessenta e oito vacas Nelore foram distribuídas em três grupos: um controle e dois com fornecimento de ureia antes (UA = do dia -5 ao dia 0) e após (UD = dia 0 ao dia 5) a inseminação artificial. As vacas foram mantidas em pastagem e receberam concentrado (3,0 kg/animal/dia) durante 16 dias. Foram formulados dois concentrados, e as dietas totais (concentrado e consumo estimado de pastagem) apresentaram 12,0% (dieta controle) e 14,6% (dieta NNP) de proteína bruta (PB). As vacas foram sincronizadas, superovuladas e inseminadas. Sete dias (dia 7) após a inseminação (dia 0), realizou-se a colheita e análise dos embriões. Amostras de sangue foram coletadas nos dias -5, 0 e 5 para determinação da concentração de nitrogênio ureico plasmático (NUP), glicose, insulina e progesterona. A época de fornecimento de ureia influenciou as concentrações médias de NUP nos dias -5, 0 e 5, mas não tiveram efeito nas concentrações de glicose, insulina e progesterona. O período de fornecimento da ureia teve efeito na porcentagem de mórulas compactas em relação ao total de estruturas (UA = 51,4 vs. UD = 15,3%), em relação ao total de oócitos fecundados (UA = 62,5 vs. UD = 30,6%) e em relação ao total de embriões viáveis (UA = 68,8 vs. UD = 38,6%). No grupo que recebeu ureia depois da inseminação artificial, houve redução de 70,2% da proporção de mórulas compactas por total de estruturas em relação ao grupo que recebeu ureia antes da inseminação. Dietas com nitrogênio não-proteico fornecidas imediatamente após a inseminação promovem aceleração do desenvolvimento embrionário inicial.The aim of this study was to evaluate the effects of short term non-protein nitrogen feeding at different periods of the oestrus cycle in superovulated cows, without previous adaptation, on yield, quality and development degree of recovered embryos. A total of sixty-eight Nelore cows were distributed in three groups: the control group (C) and two groups with urea supply before (UB; urea supply from day -5 to day 0) and after (UA; supply from day 0 to day 5) artificial insemination. Animals were kept grazing and received 3.0 kg/animal/day of concentrate during 16 days. Two concentrates were formulated and the total diets (concentrate and estimate forage intake) showed 12.0% (control diet) and 14.6% (non-protein diet) of crude protein. Animals were synchronized, superovulated and inseminated. The embryos were collected and analysed seven days (day 7) after insemination (day 0). Blood samples were collected on days -5, 0 and 5 to determine concentration of plasmatic urea nitrogen, glucose, insulin and progesterone. The time of urea supply affected average plasmatic urea nitrogen concentration on days -5, 0 5 but it did not affect concetrations of glucose, insulin and progesterone. The moment of urea inclusion had effect on compact morula percentage in relation to the total number of structures (UB = 51.4 vs. UA = 15.3%), to the total number of fertilized oocytes (UB = 62.5 vs. UA = 30.6%) and to the total number of viable embryos (UB = 68.8 vs. UA = 38.6%). In the after insemination group of urea supply there was 70.2% of reduction on compact morula proportion over the total structures in relation to the group that received urea before insemination. Non-protein nitrogen feeding immediately after insemination promotes faster rates of embryo development.
Keywords