Indagatio Didactica (Apr 2013)

A criatividade na clínica contemporânea: discursos e representações de uma prática intercomunicada

  • Mary Lúcia Marinho Costa

DOI
https://doi.org/10.34624/id.v5i2.4412
Journal volume & issue
Vol. 5, no. 2

Abstract

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Este trabalho de tese de doutoramento propôs explorar as práticas psicoterápicas contemporâneas em suas interações com a criatividade, com o objetivo de compreender a representação social desta no contexto clínico, desde o pensamento e as práticas de profissionais que atuam nas clínicas pública, social e privada, na região de Minas Gerais, Brasil. A hipótese considerada é que a criatividade não está suficientemente situada no trabalho clínico segundo três aspectos: a constatação da escassez de estudos sobre a temática, o que vai na contramão do debate atual sobre a contribuição da criatividade em diversos âmbitos; a evidência da relação implícita entre as práticas psicoterápicas e as criativas, observada no cotidiano da práxis; e o terceiro agrega aos anteriores a necessidade de construir conhecimento e desenvolvimento pessoal contextualizado para atuar com protagonismo e qualidade. O referencial teórico integrou conceitos da psicologia clínica e social, da filosofia compreensiva, do pensamento sócio-histórico e da psicopedagogia criativa, e o referencial metodológico, a pesquisa de representação social de enfoque qualiquantitativo operacionalizada pelos instrumentos do Discurso do Sujeito Coletivo. Essas abordagens mantêm coerência e complementaridade entre si, acrescidas a interdisciplinaridade e dialogicidade que proporcionam. A pesquisa empírica realizada investigou o sentido, o significado e a utilidade atribuídos à criatividade por psicoterapeutas em consonância com suas experiências no âmbito das psicoterapias. No cômputo dos resultados obtidos através da análise dos discursos construídos, foi possível identificar, nomear e atribuir valor à criatividade aplicada ao contexto clínico, o que possibilitou representar o pensamento dos profissionais nas questões dimensionadas e, de modo geral, afirmar seu lugar como prática implícita nas psicoterapias, contribuindo para dar conta das demandas características da clínica contemporânea, no que concerne ao paciente, ao processo e ao terapeuta.

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