Revista Brasileira de Reumatologia (Jun 2014)

Rituximabe para o tratamento da artrite reumatoide: revisão sistemática

  • Lívia Lovato Pires de Lemos,
  • Juliana de Oliveira Costa,
  • Marina Amaral de Ávila Machado,
  • Alessandra Maciel Almeida,
  • Mariana Michel Barbosa,
  • Adriana Maria Kakehasi,
  • Vânia Eloísa de Araújo,
  • Augusto Afonso Guerra Júnior,
  • Francisco de Assis Acurcio

DOI
https://doi.org/10.1016/j.rbr.2013.08.001
Journal volume & issue
Vol. 54, no. 3
pp. 220 – 230

Abstract

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Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune crônica caracterizada por inflamação articular sistêmica que, com frequência, leva a significativa incapacitação. Vários agentes anti-TNF têm sido usados efetivamente, mas alguns pacientes demonstraram resposta inadequada. Rituximabe é um anticorpo monoclonal terapêutico indicado em tais casos. Métodos: Realizou-se uma revisão sistemática para avaliar a eficácia e a segurança de rituximabe em pacientes com AR ativa previamente tratados ou não com agentes anti-TNF e para relacionar o desfecho com a sorologia para FR e anti-CCP. Pesquisaram-se importantes bancos de dados eletrônicos e a literatura não convencional, além de se fazer uma busca manual de referências. Para a meta-análise, utilizou-se o programa Review Manager® 5.1. Resultados: Consideramos seis ERCs comparando rituximabe 1000 mg com placebo. Em ambos os grupos usou-se Metotrexato. O tratamento com rituximabe foi mais efetivo em pacientes jamais tratados e nos que não obtiveram sucesso com a terapia anti-TNF - critérios ACR 20/50/70 e EULAR. No grupo de rituximabe, observaram-se mudanças menos expressivas nos escores de Sharp/Genant, de erosão e de estreitamento do espaço articular; nesse grupo, os escores SF-36, FACIT-T e HAQ-DI também foram melhores. Não foram notadas diferenças entre grupos com relação aos desfechos de segurança, com exceção das reações agudas à infusão, que foram mais comuns no grupo de rituximabe. Ainda no grupo de rituximabe, um número maior de pacientes soropositivos para FR/anti-CCP alcançou ACR20, em comparação com pacientes negativos para RF/anti-CCP. Conclusão: Os dados disponíveis falam em favor do uso de rituximabe para o tratamento da AR, como opção efetiva e segura para pacientes jamais tratados ou que não obtiveram sucesso com o tratamento anti-TNF. FR e anti-CCP parecem influenciar os resultados do tratamento, mas essa inferência ainda está à espera de futuras pesquisas.

Keywords