Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

ANEMIA HEMOLÍTICA EM LACTENTE SECUNDÁRIA A INFECÇÃO POR VÍRUS EPSTEIN-BARR

  • LP Oliveira,
  • MEO Castro,
  • GD Machado,
  • CG Fernandes,
  • BA Cardoso,
  • ALB Pena,
  • JFVRC Salim,
  • C Souza,
  • CS Andrade

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S701 – S702

Abstract

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Objetivos: Relatar um caso de anemia hemolítica em lactente. Materiais e métodos: Relato de caso. Descrição do caso: M.E.D.S, 4 meses, sexo feminino, com quadro de síndrome gripal. Evoluiu com anemia importante (Hb 4,0, sem outras alterações nos exames coletados), sendo internada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para investigação. Acompanhada pela hematologia pediátrica, realizou prova cruzada para transfusão de hemácias, sendo constatada intensa hemólise em amostra coletada. Paciente permaneceu estável hemodinamicamente durante toda internação, não necessitando de hemotransfusão, sendo optado por tratamento com corticóide, após coleta de outros exames laboratoriais e de imagens para diagnóstico diferencial. Paciente apresentou melhora da anemia, recebendo alta com Hb 8, em condições de continuidade de acompanhamento ambulatorial com hematologista pediátrico. Foi iniciada investigação ambulatorial para possíveis causas do quadro, sendo constatada deficiência de vitamina B12 nos exames e teste positivo para Epstein-Barr Virus (EBV). Discussão: A anemia é definida pela redução dos níveis séricos de hemoglobina (Hb) abaixo da quantidade mínima necessária para atender as necessidades fisiológicas para a idade, sexo e altitude. Dentre suas causas, destaca-se a anemia hemolítica autoimune (AHAI), que reduz a sobrevida dos glóbulos vermelhos à medida que aumenta sua destruição. A AHAI é definida como a presença de autoanticorpos contra antígenos das células precursoras dos glóbulos vermelhos, provocando aumento de hemólise. Seu diagnóstico é feito através da dosagem de produtos metabólicos da hemólise no sangue e, clinicamente, cursa com sintomas como icterícia, esplenomegalia e palidez cutânea. O tratamento depende da gravidade de apresentação do quadro, podendo variar de suporte clínico até transfusão sanguínea. No caso em questão, foi possível observar a presença de autoanticorpos na amostra de sangue coletada e, considerando a ausência de repercussão hemodinâmica na paciente em questão, foi optado pelo uso de corticóide, com objetivo de reduzir a resposta orgânica contra as hemácias e evitar sua destruição. Conclusão: Anemia é queixa frequente no consultório. Apesar de não ser a causa mais frequente, a AHAI deve ser considerada como hipótese diagnóstica devido ao seu potencial de gravidade nessa faixa etária. Dentre as causas da AHAI, destaca-se as infecções virais, como aquelas causadas pelo EBV, que podem iniciar apenas com sinais de anemia, sendo os sintomas infecciosos de início tardio, demandando acompanhamento adequado de cada caso para terapêutica específica. Nos casos com queda significativa de Hb (abaixo de 7,0 mg/dL), é importante a monitorização hemodinâmica do paciente, com extensão propedêutica e avaliação contínua de necessidade de hemotransfusão.