Revista Brasileira de Reumatologia (Apr 2011)
Toxicidade hepática é rara em pacientes com artrite reumatoide usando terapia combinada de leflunomida e metotrexato Liver toxicity is rare in rheumatoid arthritis patients using combination therapy with leflunomide and methotrexate
Abstract
OBJETIVO: De acordo com alguns estudos, a associação de leflunomida (LEF) a pacientes portadores de artrite reumatoide não responsivos a metotrexato (MTX) aumentou a eficácia do tratamento, elevando, porém, o risco de toxicidade hepática. Este estudo objetiva avaliar a incidência de toxicidade hepática no tratamento da artrite reumatoide ativa usando terapia combinada de LEF e MTX em comparação com monoterapia com MTX. MÉTODOS: Entre fevereiro e setembro de 2009, foram arrolados 97 pacientes consecutivos acompanhados pelo Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil. Pacientes com artrite reumatoide em uso de MTX somente ou em combinação com LEF tiveram seus prontuários sistematicamente revisados. As enzimas alanino/aspartato aminotransferases foram analisadas retrospectivamente desde o tratamento com MTX ou MTX mais LEF. Hepatotoxicidade foi definida como um aumento das enzimas hepáticas acima de duas vezes o limite superior da normalidade. RESULTADOS: 71 pacientes foram incluídos no estudo: 36,6% usavam 20-25 mg/semana de MTX e 63,4% usavam 20-25 mg/semana de MTX associado a 20 mg/ dia de LEF. Dos pacientes em terapia combinada, 11,1% tinham níveis anormais das enzimas hepáticas versus 11,5% daqueles em monoterapia (P = 1,0). Níveis anormais de aminotransferases têm sido observados em pacientes com artrite reumatoide tanto em monoterapia com MTX quanto com LEF. Em nosso estudo, não encontramos diferença entre as percentagens de elevação das aminotransferases em pacientes tratados somente com MTX ou com terapia combinada. CONCLUSÃO: A combinação de MTX e LEF em pacientes com artrite reumatoide é geralmente segura e bem tolerada.OBJECTIVE: Some studies have reported that adding leflunomide (LEF) to the treatment of rheumatoid arthritis (RA) in patients who do not respond to methotrexate (MTX) improved efficacy but increased the risk of liver toxicity. This study aimed at assessing the incidence of liver toxicity in patients with active RA using the LEF and MTX combination therapy in comparison with that of patients on MTX monotherapy. METHODS: Between February and September 2009, 97 consecutive patients followed up at the University Hospital of the Universidade Federal de Santa Catarina, Brazil, were enrolled. RA patients on MTX alone or using the LEF and MTX combination had their medical records systematically reviewed. The alanine/aspartate aminotransferase enzymes were retrospectively analyzed since the beginning of treatment with MTX or MTX plus LEF. Hepatotoxicity was defined as an increase of at least two-fold the upper limits of normal of the liver enzymes. RESULTS: 71 RA patients were included in the study: 36.6% were using 20-25 mg/week of MTX alone and 63.4% were using 20-25 mg/week of MTX plus 20 mg/day of LEF. Of the patients on the combination therapy, 11.1% had abnormal levels of liver enzymes versus 11.5% of the patients on monotherapy (P = 1.0). Abnormal aminotransferase levels have been seen with both MTX and LEF monotherapies in patients with RA. In our study, no difference was found between the percentages of aminotransferase elevations of patients being treated with MTX alone or in combination with LEF. CONCLUSION: The combination of MTX and LEF in RA patients is generally safe and well tolerated.
Keywords