RevSALUS (Jan 2024)
Desmame ventilatório no doente crítico dependente de Suporte Extracorporal de Vida: revisão sistemática da literatura
Abstract
Introdução: O ECMO como parte integrante das técnicas Extracorporeal Life Support é uma técnica de resgate que consiste na utilização de equipamento capaz de fornecer suporte total ou parcial da função respiratória e/ou circulatória ao doente, em contexto de falência cardíaca e/ou pulmonar potencialmente reversível, perante o insucesso de todas as outras medidas de suporte orgânico artificial. A hipótese de awake ECMO coloca-se em doentes que possuem score neurológico adequado e com capacidade de proteger a via aérea e de gerir eficazmente as secreções. Objetivos: Analisar a eficácia e a segurança do desmame ventilatório precoce em doentes dependentes de suporte de ECMO. Material e Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura seguindo a metodologia do Joanna Briggs Institute. A pesquisa foi efetuada entre Novembro de 2021 e Fevereiro de 2022. Definiu-se o horizonte temporal de publicação de 2015 a fevereiro de 2022. Uma vez realizada a pesquisa, foram identificados 672 estudos. Dos quias após análise segundo os critérios selecionas foram incluídos 5 estudos, tendo sido avaliados quanto ao nível de evidência e qualidade metodológica, através da aplicação de instrumentos disponibilizados pelo JBI 2017. Resultados: O desmame da VMI em doentes com suporte ECMO é uma prática cada vez mais recorrente nos grandes Centros de Referenciação ECMO. As trocas gasosas são mantidas exclusivamente pelo ECMO e o tipo de suporte ventilatório vai depender da eficácia do mesmo e da gravidade da doença, podendo oscilar entre aporte mínimo de oxigénio por cânula nasal e oxigenoterapia de alto fluxo. Verificou-se que o desmame ventilatório precoce em doentes com ECMO, resulta numa redução significativa de complicações associadas ao ventilador, permite iniciar precocemente um programa de reabilitação respiratória, promove a comunicação com a equipa multiprofissional/família, reduz o delirium e consequentemente reduz o tempo de internamento em Unidade de Cuidados Intensivos, com melhores taxas de sobrevida a longo prazo. Conclusões: Todos os estudos defendem que a extubação é segura e viável, em situações de ausência de choque ou falência multiorgânica, em doentes com estabilidade hemodinâmica e ventilatória, sem alterações no exame neurológico e que consigam realizar com sucesso o teste da respiração espontânea.
Keywords