Manuscrítica (Oct 2012)

Cinema ativista de Jorge Bodanzky – o imaginário profundo de Terceiro Milênio

  • Mauro Luciano Souza de Araújo

Journal volume & issue
no. 19

Abstract

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Durante a década de 1970, algumas expressões do cinema independente tomaram feições radicais. Um desses casos foi o modelo de produção e criação fílmica de Jorge Bodanzky e a produção de Wolf Gauer, que, aliando-se a codireções e agenciando pequenas equipes, deu como resultado alguns dos mais incisivos filmes da época. Bodanzky trabalhou com Hermano Penna, Orlando Senna, Helena Salém, Antunes Filho, José Agrippino e alguns outros nomes, produzindo filmes que, na seara militante do cinema de gênero político, difundiam temas ainda difíceis em debate na cena brasileira. O exemplo de Terceiro Milênio, feito na Amazônia, demonstra a facilidade de captação em filmagem rápida e improvisada, que adapta a realidade gravada a uma ficcionalização própria da percepção narrativa, alongando o personagem a esferas imaginárias ainda não domesticáveis pelo cinema da época, e muito pouco compreendidas ainda no universo contemporâneo.