História, Ciências, Saúde: Manguinhos (Dec 2005)
Em torno de dois textos médicos antigos On two antique medical texts
Abstract
Os textos aqui reunidos - Regimento proueytoso contra ha pestenença e Modus curandi cum balsamo - constituíam, por volta de 1530, a biblioteca médica conhecida em Portugal, posta em letras góticas por impressores estrangeiros: o alemão Valentim Fernandes, talvez o mais importante impressor do período, que trabalhou em Lisboa entre 1495 e 1518, e Germão Galharde, francês que exerceu seu ofício em Lisboa e Coimbra entre 1519 e 1560. O modus curandi, de que se passa a ter notícia em 1974, graças ao bibliófilo José de Pina Martins, é obra anônima. Atribui-se a Johannes Jacobi a autoria do Regimento proueytoso, que teve versões em latim, francês e inglês. Ambos os textos são apresentados em fac-símile e em português atual, reproduzindo-se o primeiro em português arcaico mas com caracteres tipográficos modernos. Complementa esta incursão filológica pela medicina quinhentista um erudito glossário de grande valia como ferramenta para a interpretação não só do Regimento proueytoso como de outros textos da época. Dois artigos colocam em perspectiva histórica os documentos aqui reproduzidos.The two texts presented here-Regimento proueytoso contra ha pestenença [literally, "useful regime against pestilence"] and Modus curandi cum balsamo ["curing method using balm"]-represent the extent of Portugal's known medical library until circa 1530, produced in gothic letters by foreign printers: Germany's Valentim Fernandes, perhaps the era's most important printer, who worked in Lisbon between 1495 and 1518, and Germão Galharde, a Frenchman who practiced his trade in Lisbon and Coimbra between 1519 and 1560. Modus curandi, which came to light in 1974 thanks to bibliophile José de Pina Martins, is anonymous. Johannes Jacobi is believed to be the author of Regimento proueytoso, which was translated into Latin (Regimen contra pestilentiam), French, and English. Both texts are presented here in facsimile and in modern Portuguese, while the first has also been reproduced in archaic Portuguese using modern typographical characters. This philological venture into sixteenth-century medicine is supplemented by a scholarly glossary which serves as a valuable tool in interpreting not only Regimento proueytoso but also other texts from the era. Two articles place these documents in historical perspective.
Keywords