Sociologias (Apr 2015)

Flexibilização do Trabalho e Mobilidade Geográfica nas Forças Armadas

  • Rosa Monteiro,
  • Sónia Oliveira,
  • Fernanda Daniel

DOI
https://doi.org/10.1590/15174522-017003813
Journal volume & issue
Vol. 17, no. 38
pp. 222 – 253

Abstract

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O texto apresenta resultados de uma pesquisa sobre as perceções de um grupo de trabalhadores que integram um segmento periférico das Forças Armadas portuguesas, contratados a termo e em situação de mobilidade geográfica mensal. Procurou conhecer os impactos destes tipos de flexibilidade nas forças armadas sobre as suas expetativas e estratégias profissionais e pessoais. Foram utilizados inquéritos por questionário e entrevistas semiestruturadas. Verificou-se a existência de precaridade de emprego e de trabalho, que são fontes de insatisfação; sentimento de segmentação laboral relativamente ao núcleo-duro; dificuldades de conciliação e de acesso a formação. Concluiu-se que os desafios para a organização militar são bastantes, com uma força de trabalho que tende a apresentar-se desmoralizada pela precariedade, pela sensação de rotina, fadiga e impossibilidade de progressão. Para os indivíduos, a consciência de "trabalhador nómada" começa a pesar, com as deslocações constantes, com a aproximação do fim do contrato e com a necessidade de preparação para a reintegração no mercado de trabalho. A precariedade é hoje experienciada num dos setores que ainda há pouco se considerava dos mais estruturados e que garantia permanência e estabilidade de carreira, o militar, e que hoje é também já um local de "passagem" dos seus "profissionais".

Keywords