Acta Médica Portuguesa (Feb 1980)

Valor da ecocardiografia na indicação cirúrgica dos doentes com insuficiência aórtica crónica (IAC).

  • José Carmona,
  • Aniceto Silva,
  • R. Seabra-Gomes,
  • Raquel Gouveia,
  • Luís C. Guimarães

DOI
https://doi.org/10.20344/amp.4165
Journal volume & issue
Vol. 2, no. 1

Abstract

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Foram estudados por ecocardiografia (M-Modo) dezasseis doentes com insuficiência aórtica crónica submetidos a cirurgia de substituição valvular no Serviço de Cardiologia Médico-Cirúrgica do Hospital de Santa Maria, no pré e no pós-operatório durante um período que variou entre 1 e 65 meses. Avaliaram-se os seguintes parâmetros ecocardiográficos da função ventricular esquerda: DED - dimensão telediastólica, % Δ th - percentagem de espessamento da parede posterior do ventrículo esquerdo da telediástole para a telesístole e R/th - relação entre o raio da cavidade ventricular esquerda e a espessura da parede posterior em telediástole. Verificou-se uma diminuição pós-operatória de DED e % Δ th, embora só o primeiro índice apresentasse significado estatístico. Os valores de R/th encontravam-se ligeiramente diminuídos em relação à normalidade tanto no pré-operatório como no pós-operatório, embora só muito tardiamente (2 a 5 anos) esses valores tenham significado estatístico. Contudo, quando o R/th apresenta valores supranormais no pré-operatório - traduzindo uma hipertrofia inadequada - estes mantiveram-se elevados no pós-operatório só regressando à normalidade muito tardiamente. Estes achados sugerem que a elevação do índice no pré-operatório pode não ter significado de tão mau prognóstico depois da cirurgia mas apenas traduzir uma recuperação funcional mais demorada.