Revista Brasileira de Inovação (Jan 2003)

A Relação Universidade-Empresa no Brasil e o "Argumento da Hélice Tripla"

  • Renato Dagnino

Journal volume & issue
Vol. 2, no. 2 jul/dez
pp. 267 – 307

Abstract

Read online

A relação universidade-empresa (relação U-E) é abordada tendo como guia o “argumento da Hélice Tripla” (argumento HT), entendido como combinação de duas correntes de pensamento elaboradas nos países avançados — a “Segunda Revolução Acadêmica” e a que ressalta a importância das relações com o entorno na competitividade das empresas — e de uma proposição de Política Científica e Tecnológica (PCT) — os Pólos e Parques Tecnológicos — delas decorrente. Analisando a evolução das interpretações sobre a relação U-E na América Latina — os marcos de referência utilizados, as posturas analíticas ou disciplinares, sua influência junto à comunidade de pesquisa e na elaboração de PCT — mostra-se como o argumento HT contribuiu para que a interpretação que até o final dos anos 1980 era dominante perdesse influência e como o debate em curso entre essas duas atuais posições parece encaminhar-se. Por oferecer um padrão para análise crítica das mudanças nos modelos explicativo e normativo-institucional da PCT em países avançados e periféricos, o argumento HT pode informar novas interpretações, mais aderentes ao cenário de democratização ora em construção no País.The university-firm relationship (UFR) is approached having as a guide the “Triple Helix statement” (TH), undestood as a combination of two currents of thought produced in advanced countries — the “Second Academic Revolution” and the one that stresses the relations between firms and their context as competitiveness factors — and an associated measure of Science and Technology Policy (STP) — the Technological Parks. Analysing the evolution of UFR interpretations in Latin America — the frameworks used, the analytic or disciplinary postures, their influence on the research community and in the STP — the paper shows how TH debilitated the interpretation that had been dominant until the end of the 1980s, and how the debate in course between these two present positions tends to progress. By offering a standard for critical analysis of the changes in the explanatory and normative-institutional models of STP in advanced and peripheric countries, TH can inform new interpretations more adherent to the democratization scenario that is being constructed in the country.

Keywords