Griot: Revista de Filosofia (Nov 2024)
A ideia de behaviorismo epistemológico em Rorty: um holismo sem suportes metafísicos
Abstract
O presente ensaio analisa o entendimento de behaviorismo epistemológico como um holismo sem pressupostos metafísicos, a partir de Richard Rorty (1931-2007). Para tanto, partiremos da ideia do “Mito do Dado” de Wilfrid Sellars, como um impulso filosófico ao qual Rorty se apropria para desenvolver a sua noção de que o behaviorismo epistemológico seria, na melhor das hipóteses, um holismo para criar contextos de justificação. Inicialmente, proporemos uma discussão sobre a questão do nominalismo psicológico, apresentado no texto de Margutti, Ceticismo, pragmatismo e a crítica de Sellars ao “Mito do Dado”, observando como tal pressuposto constitui uma crítica rortyana para se chegar à ênfase da proposta. Em seguida, iremos ressaltar o entendimento que o filósofo neopragmatista tem do que é para ele, a noção de behaviorismo epistemológico, sem conotações metafísicas, uma em que parte da visão de dados sensíveis e epistêmicos para explicar nossa ação com o mundo, até uma que enfatiza a ideia de que seria melhor percebido como um holismo, isto é, um jogo de linguagem que diz qual o melhor jogo pode ser jogado, através de uma prática de justificação social. Nosso trabalho conta com o aporte teórico de Rorty (1979), Margutti (2000), entre outros. Nosso estudo indica que para se desvincular de explicações metafísicas e (re) descrever o behaviorismo epistemológico, Rorty aponta uma saída por meio de aparatos linguísticos que proporcionam uma ambientação em práticas sociais que permitem ir além de impressões sensíveis ou dados cognitivos, esclarecendo como a proposta pode ser difusa se estiver alinhada com a justificação ao invés da explicação.
Keywords