Intexto (Apr 2024)

Música clássica e estilo no cinema de Hong Sang-soo: parametria e Romantismo europeu

  • Luíza Beatriz Alvim

DOI
https://doi.org/10.19132/1807-8583.56.138127
Journal volume & issue
Vol. 0, no. 56
pp. 1 – 21

Abstract

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A música clássica europeia está muito presente na educação formal no Leste Asiático e é ouvida em vários filmes do cineasta sul-coreano Hong Sang-soo. É um repertório que o interessa pessoalmente, como relatado em entrevistas,e o diretor operaativamente na criação e escolha da música na maioria dosseusfilmes, em um processoque corresponde ao conceito deGorbmande “música de autor”. O objetivo deste artigoé, após uma breve apreciação do uso da música nos filmes de Hong até 2020,com ênfase no repertórioclássico, destacar três deles–Filha de ninguém(de 2013), Na praia à noite sozinha (de 2017) e Silvestre(de 2018)–por causa darelevância da música em sua estrutura, especialmentedeobras musicaisrelacionadasao Romantismoeuropeu, bem como dealgumas imagensque remetem ao Romantismo pictórico.Para isso, usamos métodos de análise fílmica. Em Filha de ninguém, a música de Beethoven é parte da estrutura paramétrica–definidapor Bordwelle aplicadaà filmografia de Hong por Medeiros –em momentos de excesso de sentimentos. Em Na praia à noite sozinha, a música de Schubert marca momentos estruturais chaves e de melancolia. Nesses dois filmes, relacionamos as imagens dos momentosde músicacom pinturas do romântico alemão Caspar David Friedrich. Em Silvestre, Schubert e Wagner tocamao fundo de conversastensas, havendo relações entre os movimentosda música e osdas falas, com contrastesentre a grandiosidade da música e a contenção dos personagens,ou vice-versa.

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