Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (Apr 2016)
Melatonina na insônia primária: Quais as evidências?
Abstract
Objetivos: rever as evidências existentes sobre o uso da melatonina no alívio da sintomatologia da Insônia Primária e na melhoria da qualidade de vida em doentes com ≥55 anos de idade. Métodos: pesquisa bibliográfica na base de dados Pubmed e sites de Medicina Baseada de meta-análises (MA), revisões sistemáticas (RS), ensaios clínicos aleatorizados e controlados (ECAC) e normas de orientação clínicas (NOC) utilizando os termos MeSH Melatonin e Sleep Initiation and Maintenance Disorders, publicados entre março de 2007 e janeiro de 2013 nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola. Para atribuição de níveis de evidência e forças de recomendação, foi utilizada a escala Strenght of Recommendation Taxonomy (SORT) da American Family Physician. Resultados: foram encontrados 72 artigos; destes, foram incluídos seis: cinco ECAC e uma NOC. Os ECAC referem que a melatonina melhora de forma estatisticamente significativa a qualidade de sono, o estado de alerta matinal e a qualidade de vida comparativamente com o placebo. Também se verificou uma diminuição significativa da latência de sono. Nestes ECAC não se verificaram efeitos de privação após a descontinuação do tratamento. A NOC recomenda que o uso de melatonina em pacientes maiores de 55 anos de idade é preferencial ao uso de um hipnótico no tratamento da insônia. Conclusão: existe evidência suficiente para aconselhar a utilização da melatonina no alívio sintomático da Insônia Primária (SOR A), e na melhoria da qualidade de vida (SOR B). Contudo, são necessários mais estudos, com metodologias rigorosas e seguimento a longo prazo, para a obtenção de resultados mais consistentes.
Keywords