Arquivos de Gastroenterologia (Sep 2010)

The impact of the model for end-stage liver disease (MELD) on liver transplantation in one center in Brazil O impacto do MELD no transplante de fígado em um centro no Brasil

  • Alexandre Coutinho Teixeira de Freitas,
  • William Massami Itikawa,
  • Adriana Sayuri Kurogi,
  • Lucinei G Stadnik,
  • Mônica Beatriz Parolin,
  • Júlio Cezar Uili Coelho

DOI
https://doi.org/10.1590/S0004-28032010000300004
Journal volume & issue
Vol. 47, no. 3
pp. 233 – 237

Abstract

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CONTEXT: Presently the MELD score is used as the waiting list criterion for liver transplantation in Brazil. In this method more critical patients are considered priority to transplantation. OBJECTIVE: To compare the results of liver transplantation when the chronologic waiting list was the criterion for organ allocation (pre-MELD era) with MELD score period (MELD era) in one liver transplantation unit in Brazil. METHODS: The charts of the patients subjected to liver transplantation at the Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brazil, were reviewed from January of 2001 to August of 2008. Patients were divided into two groups: pre-MELD era and MELD era. They were compared in relation to demographics of donors and receptors, etiology of cirrhosis, cold and warm ischemia time, presence of hepatocellular carcinoma, MELD score and Child-Pugh score and classification at the time of transplantation, units of red blood cells transfused during the transplantation, intensive care unit stay, total hospital stay and 3 month and 1 year survival. RESULTS: Initially, 205 liver transplantations were analyzed. Ninety four were excluded and 111 were included: 71 on the pre-MELD era and 40 on the MELD era. The two groups were comparable in relation to donors and receptors age and sex, etiology of cirrhosis and cold and warm ischemia time. The receptors of the MELD era had more hepatocellular carcinoma than those of the pre-MELD era (37.5% vs 16.9%). Patients with hepatocellular carcinoma had less advanced cirrhosis on both eras. The MELD score was the same on both eras. Excluding the cases of hepatocellular carcinoma, MELD era score was higher than pre-MELD score (18.2 vs 15.8). There were an increased number of transplants on Child-Pugh A and C and a decreased number on Child-Pugh B receptors on MELD era. Both eras had the same need of red blood cells transfusion, intensive care unit stay and hospital stay. Also, 3 month and 1 year survival were the same: 76% and 74.6% on pre-MELD era and 75% and 70.9% on MELD era. CONCLUSION: In our center, after the introduction of MELD score as the priority criterion for liver transplantation there were an increased number of transplants with hepatocellular carcinoma. Excluding these patients, the receptors were operated upon with more advanced cirrhosis. Nevertheless the patients had the same need for red blood cells transfusion, intensive care unit and hospital stay and 3 months and 1 year survival.CONTEXTO: Atualmente o MELD é utilizado no Brasil como critério de seleção de receptores na lista de espera para transplante hepático. Esse sistema prioriza para o transplante os pacientes com cirrose hepática mais avançada. OBJETIVO: comparar os resultados do transplante hepático quando o tempo em lista de espera era o critério de alocação de órgãos (era pré-MELD) em relação ao período em que se utiliza o MELD (era MELD). MÉTODOS: Foram revisados os prontuários dos pacientes submetidos a transplante hepático no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná no período de janeiro de 2001 até agosto de 2008. Os pacientes foram divididos em dois grupos: era pré-MELD e era MELD. Foram comparados em relação aos dados demográficos dos doadores e dos receptores, à etiologia da cirrose, ao tempo de isquemia morna e fria, à presença de carcinoma hepatocelular, ao escore do MELD e ao escore e à classificação de Child-Pugh no momento do transplante, às unidades de concentrado de plaquetas transfundidas durante o transplante, ao tempo de permanência na UTI, ao tempo de permanência hospitalar e à sobrevida do paciente em 3 meses e em 1 ano. RESULTADOS: Inicialmente 205 transplantes foram avaliados. Noventa e quatro foram excluídos e 111 foram incluídos: 71 na era pré-MELD e 40 na era MELD. Os dois grupos foram semelhantes em relação à idade e ao sexo dos doadores e receptores, à etiologia da cirrose e ao tempo de isquemia morna e fria. Os receptores da era MELD apresentaram maior número de pacientes com carcinoma hepatocelular em relação à era pré-MELD (37,5% vs 16,9%). Os doentes com carcinoma hepatocelular apresentaram cirrose hepática menos avançada em ambas as eras. O escore do MELD foi igual em ambas as eras. Excluindo aqueles com carcinoma hepatocelular, o escore foi maior na era MELD em relação à era pré-MELD (18,2 vs 15,8). Na era MELD foi observado aumento no número de transplantes realizados em pacientes com cirrose hepática classes A e C de Child-Pugh e redução nos da classe B. As duas eras apresentaram resultados iguais em relação à transfusão de hemácias e tempo de permanência na UTI e permanência hospitalar. A sobrevida em 3 meses e em 1 ano também foi igual: 76% e 74,6% na era pré-MELD e 75% e 70,9% na era MELD. CONCLUSÃO: No centro deste estudo, após a introdução do MELD como critério de seleção de receptores para transplante hepático houve incremento no número de procedimentos em doentes com carcinoma hepatocelular. Excluindo-se esses pacientes, os receptores foram operados em estágios mais avançados da cirrose. Apesar disso, apresentaram a mesma necessidade de transfusão de hemácias, permanência na UTI e permanência hospitalar, e sobrevida em 3 meses e sobrevida em 1 ano.

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