Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (Jan 2004)

Allogeneic hematopoietic stem cell transplantation for primary myelodysplastic syndrome Transplante alogênico de células progenitoras hematopoiéticas para síndrome mielodisplásica primária

  • Carlos R. Medeiros,
  • Nilo E. Gardin,
  • Ricardo Pasquini

DOI
https://doi.org/10.1590/S1516-84842004000200002
Journal volume & issue
Vol. 26, no. 2
pp. 71 – 77

Abstract

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Characteristics and outcomes of 52 patients with myelodysplastic syndrome (MDS) who underwent allogeneic hematopoietic stem cell transplantation (allo-HSCT) were analyzed. Median age was 30 years (range 2-61 years) and median time from diagnosis to allo-HSCT was 10 months (range 1-161 months). Thirty-six patients had advanced MDS or acute myeloid leukemia following MDS at transplant. Conditioning with busulfan and cyclophosphamide was administered to 73% of patients, and the median value of graft dose was 2.595 x 10(8) of total nucleated cells/kg. Overall survival and disease free survival at 4 years were 36% and 33%, respectively. Nineteen patients were alive, with a median follow-up of 3.8 years. Twelve patients relapsed and only one is alive, after donor lymphocyte infusion. Interval II occurred in 19 patients. Donor type (identical related versus non-related/partially matched related) influenced the incidence of acute GVHD (P = 0.03). Eleven patients developed chronic GVHD and previous acute GVHD was a risk factor (P = 0.03). Thirty-three patients died, 22 (67%) secondary to transplant-related complications. Patients with MDS should undergo allo-HSCT earlier, mainly if they have a compatible donor and are young.Características e resultados de 52 pacientes com síndrome mielodisplásica (MDS) submetidos a transplante alogênico de células progenitoras hematopoiéticas (TCPH) foram analisados. A idade mediana foi de 30 anos (variação de 2-61 anos) e o tempo mediano entre o diagnóstico e transplante foi de dez meses (variação de 1-161 meses). Trinta e seis pacientes tinham MDS avançada ou leucemia mielóide aguda secundária a MDS ao transplante. O condicionamento com busulfano e ciclo­fosfamida foi recebido por 73% dos pacientes, e a dose celular mediana do enxerto foi de 2.56 x 10(8) células nucleadas/kg. A sobrevida global e a sobrevida livre de doença aos quatro anos foi de 36% e 33%, respectivamente. Dezenove pacientes estavam vivos, com um seguimento mediano de 3,8 anos. Doze pacientes recaíram e apenas um deles está vivo, após infusão de linfócitos do doador. Intervalo menor que 6 meses entre o diagnóstico e o transplante reduziu a ocorrência de recaída (P = 0.01). Mortalidade e recaída foram significativamente mais baixas entre os pacientes com doença menos avançada (P = 0.03). Mortalidade mais baixa também foi observada quando o transplante ocorreu após 1994, provavelmente porque mais pacientes com doença menos avançada foram transplantados. Doença do enxerto-contra-hospedeiro (DECH) aguda graus > II ocorreu em 19 pacientes, e sua incidência foi influenciada pela compatibilidade entre doador e paciente (aparentado idêntico versus não-aparentado/aparentado parcialmente compatível) (P = 0.03). Onze pacientes desenvolveram DECH crônica que teve como fator de risco DECH aguda (P = 0.03). Trinta e três pacientes morreram, sendo 22 (67%) de complicações do transplante. Estes dados sugerem que pacientes com MDS devem ser submetidos ao TCPH precocemente, principalmente se são jovens e possuem doador compatível.

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