Revista Portuguesa de Educação (Feb 2018)
O professor pesquisador nas universidades públicas no contexto da internacionalização do capital: a produtividade do trabalho imaterial superqualificado
Abstract
O objetivo deste texto é compreender o processo de mercantilização da universidade estatal pública brasileira e de sua identidade institucional. Busca-se compreender este evento tal qual um processo de racionalização social, com origem no Estado reformado e como parte da herança do século XX, articulado com a internacionalização do capitalismo, que terminou como alvo da naturalização do fundo público pelo capital, resultando em reformas das instituições republicanas brasileiras. A universidade, não sem a contraposição de movimentos sociais, políticos e sindicais e de intelectuais que ainda resistem, está sendo transformada em instituição tutelada pelo capital e pelo Estado, tendo o mercado como mediador. A racionalidade mercantil tornou-se o núcleo da Política quando deveria ser a administração pública voltada para o ser humano, com conseqüências perversas para o governo popular democrático distanciando-se de sua origem, para o pensamento intelectual mais crítico, para a esquerda partidária, para a pesquisa sobre as políticas públicas de educação superior e, sobretudo, para o objeto aqui examinado: as atividades e a formação do professor pesquisador das universidades estatais públicas em geral. Enfim, procura-se mostrar que o processo de racionalização, em sua forma histórica atual, tem como essência também histórica a racionalidade de formação social do capitalismo, e, em razão disso, mostra, indiretamente, as orientações deste evento. Palavras-chave: Educação Superior; Formação Docente; Alienação no Trabalho Docente; Ontologia no Trabalho Docente