Este artigo discute o resultado da análise de 10 aplicativos móveis de autocuidado psicológico utilizados no Brasil, que denominamos PsiApps. A análise se desdobra em duas camadas: uma ‘visível’, que envolve os discursos dos próprios aplicativos para descrever os problemas que visam solucionar, suas promessas e seus métodos; outra ‘invisível’, que inclui formas automatizadas de coleta e compartilhamento de dados dos usuários pelos aplicativos. Veremos como a ênfase na individualidade e na autonomia manifesta na primeira camada torna opaca uma série de mediadores presentes na segunda camada, em grande parte invisíveis para o usuário. O contraste entre a centralidade da agência individual promovida pelos discursos dos PsiApps e o caráter relacional da infraestrutura e do ecossistema de dados que os integram evidenciam as contradições da autonomia ofertada por esses aplicativos.