Zetetiké (Feb 2011)
Tramas discursivas em práticas escolares de alfabetização
Abstract
O artigo que se segue consiste em investigações oriundas de leituras e discussões empreendidas pelas autoras acerca do contexto das práticas escolares. A proposta consiste em levantar alguns pressupostos da Modernidade, contrapondo-a à Pós-modernidade, entendida esta última como problematizações à primeira, a partir do que se costuma entender como “virada linguística”. Teceremos algumas considerações a respeito dos sujeitos educacionais – professor e aluno -, problematizando-os à luz do paradigma dos estudos pós-críticos, ou pós-modernos, para o qual os sujeitos são entendidos como efeitos dos discursos e a linguagem como central na constituição dos objetos e sujeitos educacionais. Nesse âmbito, torna-se relevante pensar as práticas educacionais como práticas discursivas, verdadeiras “ordens de discurso” que regem os sujeitos e suas ações. A par desses conceitos, lançamo-nos a analisar cenas de sala de aula de alfabetização, de modo a apontar os mecanismos de construção de regimes de saberes e de poderes que perpassam as relações neste contexto. Nestas cenas, professores e alunos encontram-se inseridos em verdadeiros “rituais” que estabelecem o que, como e em que momento se pode dizer e não se pode dizer. O ensino consiste em um jogo discursivo e quem não souber as regras ou quiser “burlar” tais regras estará consequentemente fora. Esperamos que as discussões empreendidas, neste artigo, possam, em última instância, torcer e retorcer a trama discursiva da educação, puxando os fios, alargando os nós, de modo a (nos) vermos, com um outro olhar, os sujeitos da educação.
Keywords