Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)
ID104 Abordagem financeira na cobertura de dispositivos vasculares periféricos
Abstract
Introdução Os dispositivos para acessos vasculares periféricos são utilizados para administração de medicamentos, hemocomponentes, hemoderivados, eletrólitos, antimicrobianos, entre outras drogas. Para que estes dispositivos permaneçam sem causar danos ao paciente, uma das medidas é que a cobertura esteja íntegra, aderida a pele, sem sujidade e seca. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) recomenda o uso de coberturas estéreis (filme transparente) com objetivo de estabilizá-lo e proteger o óstio do cateter de eventos adversos como as flebites e infecções. Objetivo: descrever os custos da troca de fixação periférica realizada com fita microporosa e filme transparente estéril. Métodos Retrospectivo, comparativo realizado em hospital público estadual, de atenção terciária da cidade de São Paulo. Diante da recomendação da ANVISA de que coberturas para dispositivos venosos periféricos sejam estéreis, houve uma mobilização para as trocas da fixação dos dispositivos de fitas microporosas para filme transparente estéril a partir do segundo semestre de 2022. O hospital possui um perfil de pacientes oncohematológicos e cirúrgicos em que trocas das fitas microporosas eram realizadas a cada plantão, totalizando, aproximadamente, três trocas a cada dia, com fita microporosa de 10cmx10m. Foram analisados os custos da troca de curativo realizado por fita microporosa e por filme transparente estéril, além da frequência de punções necessárias em cada caso. Resultados Foram utilizados 21cm de fita microporosa em cada curativo, o custo das três trocas foi de R$0,21/dia. A troca da cobertura submete ao risco de uma nova punção por manuseio frequente e perda do acesso, além do aumento do risco de infecção. Ao realizar a troca da fixação por filme transparente estéril, as trocas aconteceram a cada quatro dias, ao custo de R$0,26/dia, com as punções realizadas somente no momento da troca da fixação do dispositivo, diminuindo o risco de uma nova punção e sua manipulação. Discussões e conclusões Houve diminuição do custo na fixação dos dispositivos periféricos, pois com a menor troca dos dispositivos, houve também, menos punção periférica e menos risco de infecção e desconforto ao paciente. A troca de fixação de dispositivo periférico com filme transparente estéril conseguiu atender a recomendação da ANVISA, gerar redução de custos ao hospital e proporcionar maior conforto e segurança ao paciente.
Keywords