Angiologia e Cirurgia Vascular (Dec 2017)

ANEURISMAS DA ARTÉRIA ESPLÉNICA — SEGUIMENTO DE 2 CASOS TRATADOS COM RECURSO A ENDOPRÓTESE VASCULAR RECOBERTA

  • A. Coelho,
  • M. Lobo,
  • C. Nogueira,
  • D. Brandão,
  • R. Gouveia,
  • P. Sousa,
  • J. Campos,
  • R. Augusto,
  • N. Coelho,
  • A. Canedo

DOI
https://doi.org/10.48750/acv.43
Journal volume & issue
Vol. 13, no. 4

Abstract

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Os aneurismas da artéria esplénica são raros, mas constituem cerca de 60% de todos os aneurismas arteriais viscerais. A grande maioria dos doentes (80%) é assintomática sendo o diagnóstico realizado através de um achado em exames de imagem. O risco de rotura estimado é de 3% a 10%, com uma taxa de mortalidade associada à rotura de 25 a 70%. Critérios para tratamento eletivo incluem aneurismas sintomáticos, aneurismas com dimensões superiores a 20 mm ou com o aumento rápido do diâmetro. Adicionalmente, aneurismas diagnosticados em pacientes com hipertensão portal ou mulheres em idade fértil também têm indicação para tratamento, independentemente do diâmetro. O tratamento endovascular é a primeira linha em doentes com aneurismas da artéria esplenica, e inclui várias opções, como embolização com coils, oclusão com recurso a balões destacáveis e colocação de endoprótese vascular. Esta última é mais adequada para aneurismas localizados proximalmente e sua principal vantagem consiste no potencial para preservar o fluxo arterial esplénico e a função esplénica. É de salientar que a colocação de endoprótese para o tratamento de aneurismas da artéria esplénica está pouco descrita na literatura, consistindo sobretudo em pequenas séries de casos, todas com menos de 10 doentes. Trata-se de um procedimento que pode ser tecnicamente desafiante devido à tortuosidade da artéria esplênica. Não há resultados de follow-up a longo prazo na literatura. Neste artigo descrevemos dois casos de reparação de aneurisma da artéria utilizando stent grafts, com um follow-up máximo de 8 anos. Atingiu-se sucesso técnico em ambos os casos, sem crescimento pós-procedimento, endoleak, kinking, migração, re-intervenções ou outras complicações. Como conclusão, os dados na literatura sobre o uso de stents recobertos em aneurismas da artéria esplénica são escassos. Os resultados destes dois casos no nosso centro são encorajadores com um período de seguimento excecional

Keywords